sexta-feira, 5 de junho de 2015

O PRIMEIRO BEIJO









Que lembrança indizível!
Naquela linda tarde de frio,
Você chegava indefectível,
No saguão do hotel, vazio.

Eu admirava, o bom tempo,
Percebi, você, se aproximar,
Com aquela colega de banco,
Te trazendo, a me apresentar.

Uma menina bem assustada,
Que ainda não tinha 20 anos,
De modos, bem requintados,
Nem imaginava meus planos.

Eu já, tanto te conhecia,
Sabia de seu endereço,
Passava bem na sua porta,
Só para ver seus adereços,
Que sobre seu lindo corpo,
Nem via, perdiam o apreço.

Encantado com a simpatia,
Eu inventava mais motivos,
Armava um "baba", todo dia,
Além de outros atrativos,
Só para, em sua rua passar,
E mais uma vez te admirar.

Minha colega já conhecia,
As minhas boas intenções,
De uma forma bem sábia,
E outras curiosas invenções,
Tratou de ajeitar o momento,
Pra marcar o acontecimento.

Naquele hotel vazio,
Naquela tarde tão fria,
Me bateu um arrepio,
Quando vi você entrar,
E uma voz me chamar,
Para lhe apresentar.

Quando cheguei bem mais perto,
Parei no verde de seu lindo olhar,
Algumas poucas palavras incertas,
Confusas com o teu ávido respirar,
O coração acelerado e mais aberto,
Os olhos, começaram a se fechar,
E sem que você se desse por conta,
Minha boca, em sua boca foi parar.

Mil ideias vieram em sua tenra cabeça,
Ou se ela se apagou de vez, eu nem sei,
Só me lembro bem de sua boca indefesa,
Ali, à minha disposição, e tanto te amei,
Te amei de maneira inocente e intensa,                 
Que marcou na tarde fria, imenso calor,
E era apenas o começo, o aquecimento,

De uma longa e profícua história de amor. 

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