segunda-feira, 8 de junho de 2015

MADRUGADA








   


Ô Madrugada fria,
Onde está sua companhia?
Tu te pões entre a noite e o dia,
E me encantas com a sua magia.

Lembro-me de ti no cantar do galo,
Ou quando o canário do reino estala,
O sabiá canta alegre na linda alvorada,
E o tico-tico responde aflito na malhada.

Uma linda orquestra se forma, ordeira,
Canta aquelas canções lindas e caseiras,
Embala a motivação no romper do dia,
E entrega feliz, nas mãos da obra-prima.

Ô Madrugada, que precede o amanhecer,
És bem aventurada, pois recebe a seiva,
Que, no orvalho desce, sobre seu dorso,
E enriquece a relva, antes do Sol nascer.

Como uma princesa dos tempos antigos,
És a primeira a assistir, no romper da alva,
O aboiar do peão, reunindo o gado no abrigo,
E o brilho intenso da Estrela-D'alva.

Como me lembro de ti, Madrugada linda!
Desde a minha tenra idade, já bem distante,
Eu levantava triunfante, era menino ainda,
Eu ficava feliz da vida, ouvindo o berrante.

Buscava meu pangaré, no capim molhado,
Pelo sereno da noite, eu ficava encantado,
Selava o animal e bem antes do sol raiar,
Estava pronto pra mais um dia, na lida lidar.  

E tantas aventuras você já testemunhou,
Ainda hoje eu me rendo, ao ar puro e fresco,
Refeito no teu dominar, que transforma,
O seu tempo, no melhor tempo de nosso habitar.    

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