terça-feira, 29 de outubro de 2019

DURAS LIMITAÇÕES


Tempos atrás (mais de cinco anos), escrevi esse poema. Estou republicando agora,

num momento difícil de uma pessoa que considero muito.








Ah! se eu pudesse, levar a paz,
Tirar a aflição e acabar com a guerra,
Eliminar o crime e a violência contumaz,
Banir de vez o ódio da face da terra,
Colocar um sorriso no rosto de quem chora,
Com absoluta certeza eu faria isso agora.


Ah! se eu pudesse, acabar com a tristeza,
Deixando em seu lugar somente a alegria,
Seguir sempre o bom exemplo da natureza,
Levar a melhor notícia antes de raiar o dia,
Sufocar a angústia que num peito vigora,
Com absoluta certeza eu faria isso agora.

Ah! se eu pudesse, destruir o medo,
Firmar a coragem e levar segurança,
Impedir a ação destruidora de um torpedo,
Fazer um semblante triste vibrar de esperança,
Mudar os fatos que marcaram uma triste hora,
Com absoluta certeza eu faria isso agora.

Ah se eu pudesse, cessar o sofrimento,
Aliviar a dor de um coração partido,
Retornar a paz, de antes de um duro momento,
Reviver só a alegria de longos dias idos,
Caminhar com liberdade pelo mundo afora,
Com absoluta certeza, eu faria isso agora.

Mas, infelizmente eu não posso alterar o rumo,
Minhas limitações, me torturam, diante do infortúnio,
No sobrenatural vou poder encontrar o prumo,
Que alivia meu coração e me confere o prêmio,
No Altíssimo estão as respostas de hoje de amanhã e de outrora,
Então espero Nele, tudo e tanto que eu gostaria fazer agora.

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

A DISTÂNCIA

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Caminhei, caminhei e nem me dei conta,
O prazer na estrada, o amor pela vida,
Me envolvi tanto que a alma ficou tonta,
Olhei pra trás, e me esqueci da distância escondida.
.
Abracei o tempo, dormi ao relento,
Me encostei num canto, estendi o manto,
Me refiz do tombo, me atirei na lida,
O tempo não refaz a distância estendida.
.
A distância é um martirio, pra quem o aconchego reclama,
É também um tormento pra quem persegue a fama,
É uma alucinação, pra quem anseia pela cama,
É uma miragem que se transforma num drama.
.
Na curva mais forte, um perfume que alucina,
Que embriaga e faz apreciar o que não deve ter importância,
A paisagem que encanta e que tanto fascina,
E os olhos brilham esquecendo a atroz distância.
.
Porque o silêncio se confunde com a felicidade?
Porque tanta "bondade", porque tanta arrogância?
Ninguém irá tão longe, porque já se avista a luz da cidade,
Mas o peito segue firme tentando encurtar a distância.
.
O ar mais puro, traz vigor e mostra um sinal,
Faz tempo que não me lembro dos hábitos da infância,
Melhor pernoitar e esperar por um novo dia afinal,
Quem sabe no amanhecer, eu resolva morar e por fim a essa distância.
.
Sim, essa distância confusa que agoniza tanto,
Que se firma no nada, e em coisa nenhuma se abraça,
Que se esquece do bem mais precioso ao alcance da mão,
E se aventura na estrada, tirando da simplicidade o estado de graça.
.
É a mania que temos de dar valor aquilo que não se tem,
E mais tarde vamos confessar: "eu era feliz e não sabia",
Melhor esquecer o passado e aguardar ancioso pelo ano que vem,
Desviando as pegadas da distância que tanto distancia.