quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

NATAL






Faço agora uma forte reflexão,
Olhando bem pra dentro de mim,
Revirando todo o meu interior,
Ligando, começo, meio e fim.
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Tentando entender porque,
Nos apegamos tanto, tanto,
À coisas tão mediocres,
Que tiram da vida o encanto.
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Uma indiferença que seja,
Um destrato ou descaso,
Numa má resposta que esteja,
A raiz que produz o fracasso.
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Pequenas ou simples ofensas,
Que sejam grandes ou imensas,
Constroem dentro de nosso Ser,
Muros que nos impedem de ver.
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A beleza que habita em nosso redor,
A riqueza que impera na natureza,
Na singeleza da humildade e nobreza,
Que tem no perdão e na prática do amor.
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Atributos que por trás do olhar se acham,
Na exuberância que há no que não se vê,
Nos mistérios que formam o que encanta,
Nos trilhos que levam à formaçao do Ser.
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Se perde quem aos caprichos se entrega,
Não entende o verdadeiro sentido da vida,
Não viverá a felicidade quem se apega,
A essas mediocridades inuteis e sofridas.
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Quem dessa forma triste sobrevive,
Renuncia a presença do Criador,
E o balsamo que produz a comunhão,
Com a verdadeira fonte do amor.
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É NATAL, tempo de total recolhimento,
Tempo de muita paz e aconselhamentos,
Tempo para olharmos para trás do olhar,
E aos caprichos febrís, RENUNCIAR.
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É hora de deixar o "eu" e o egoísmo de lado,
De pensar muito mais no bem estar do outro,
De abraçar, ao bem vestido e ao descamisado,
Ao saudavel e sobretudo, ao adoentado.
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Aliás, no Natal está a referência de perdão,
Pois nos fala daqu'Ele, que mais PERDOOU,
As maiores ofensas, as maiores decepções,
Vindas de quem, com amor, um dia CRIOU.
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Então aproveito para qualquer ofensa perdoar,
Mesmo a quem tenha tentado me derrubar,
Com as atitudes mais vís, ou sem explicação,
E a quem, porventura eu ofendi, ou fiz chorar.


Renovo aqui o meu pedido de PERDÃO.

UM FELIZ NATAL A TODOS.

domingo, 8 de dezembro de 2019

NOSSO QUERIDO LOGAM


Querido Logam, por que você se foi?
Por que você resolveu partir agora?
Thiago, Daniel, Samuel, Fátima , eu e as noras,
Pensamos em você todo dia e a toda hora.
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Querido Logam, cadê suas manias?
Cadê sua bravura que me fazia companhia?
Cadê sua força que me seguia todo dia?
Cadê seu temperamento forte e toda a sua alegria?
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Suas peraltices jamais serão esquecidas,
Desde o começo e por 10 anos de vida,
Sempre presente em nossas idas e vindas,
No campo ou na praia sua presença era garantida.
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Em qualquer lugar que fosse, sua marca ficava,
Onde passava sua beleza e presença, encantava,
Nem podia ver um gato que logo, furioso ficava,
Mas fazia com o Messi, uma parceria que marcava.
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Suas façanhas foram tantas que se perde a conta,
O espaço aqui fica pequeno para todas contar,
Mas algumas merecem destaque, entre outras tantas,
Para resumidamente, um pouco de sua história mostrar.
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Sua luta com um Ouriço, quase lhe tirou a vida,
Tamanha a sua fúria que contra os espinhos investia,
O espinhento animal, morre mas jamais foge da briga,
E para tirar os espinhos cravados em você, foi preciso forte anestesia.
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O Mão Pelada, que o quintal invadiu, teve a mesma sorte,
Entrar na sua casa sem permisão , era risco de morte,
E não foi outro o desfecho, na madrugada a luta se travou,
E na manhã seguinte o resultado se constatou.
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Foram tantas as suas aventuras, amigo Logam,
E uma delas destaque muito especial merece,
As lembranças chegam e as lágrimas no pranto brotam,
Pois seu comportamento amoroso, a todos enternece.
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Foi bem numa tarde, quando, como de costume
Saíamos a pacear, e conhecer os limites da fazenda,
Bastava eu começar a me preparar e você já se alegrava,
Saía catando os objetos e curioso indicava a melhor senda.
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Mas naquela tarde algo bem inusitado aconteceu,
Quando chegamos na beira do açude no lado oposto,
Um lote de garrotes, bebiam e ocupavam o caminho seu,
Isso o incomodou e o deixou inquieto demonstrando todo desgosto,
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Num gesto quase que de proteção, parecia me dizer:
"Espere...deixa eu ir na frente, pode ser perigoso, vou lhe proteger".
Os animais, assustados se dispersaram do lugar,
Mas um garrotão já boi erado, resolveu nos enfrentar.
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Beirando o açude, o boi enfurecido veio na minha direção;
Numa fração de segundos, na queixada do animal, os dentes você cravou;
O garrote brigava, com você no queixo travado, sobre mim se atirou,
Caimos todos no açude, eu e o boi com você nele pegado.
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Já na água, no meio do açude, a luta intensamente continuou,
Num dado momento, indo ao fundo e voltado, vi que o boi sucumbia,
Com isso, resolvi me afastar, nadando saí da agua e socorro fui buscar,
Deixei a luta travada, com o boi se afogando e você nada de soltar.
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Logo voltei com um companheiro da fazenda para ajudar,
Mas no caminho de volta, vi que você já vinha ao meu encontro,
E quando nos encontramos um olhar solicito você me endereçou,
Parecia, como se gente fosse, me perguntar: "está tudo bem com o senhor?"
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Entendi naquele instante o quanto era forte o seu instinto de defesa,
Você seria capaz de dar a própria vida, para me proteger ou a qualquer um da familia,
E naquela hora, ao investir contra mim, o garrote não estava no seu dia,
E teve a sorte selada, e sua fama de bravo cresceu na redondeza.
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Porque você se foi Logam,

Porque resolveu partir agora???