sexta-feira, 30 de agosto de 2013

MORTO POR QUATRO DIAS - ÚLTIMA PARTE



...CONTINUAÇÃO...


2.3.2.2.2 -  Segundo dia de morte espiritual:


O segundo dia da morte espiritual corresponde ao dia em que o pecador começa a colher os frutos de seus projetos malignos, na verdade, é o dia em que ele alcança a maior distância da presença de Deus e se acha mais longe do seu Criador. 
Assim como no primeiro dia, também no segundo o pecador não suporta nem ouvir a palavra Deus e se desvia, evita ou rejeita qualquer direção que o torne à presença do Senhor.
A cegueira espiritual o envolve de forma poderosa,  julga-se dono de si, todos em volta estão errados, ele é o único certo e segue seus projetos de cerviz endurecida como se fosse o maior de todos e o dono do mundo.
Como exemplo podemos nos valer também do Filho Pródigo quando gastava seus recursos com as prostitutas (Lucas 15. 13 e 30) ou ainda podemos nos valer do rico insensato de Lucas 12.19, dizendo: “Alma tens em depósitos muitos bens, para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te”.
Note que esse segundo dia não nos fala necessariamente de riquezas materiais, mas de um estado em que se encontra o espírito do homem que se julga rico espiritual e que não precisa de Deus.
Esse ser humano pode ser um milionário ou alguém que nem mesmo tenha onde morar e viva jogado pelo meio das ruas.
Posso citar ainda como exemplo um fato ocorrido comigo nesses dias, enquanto eu redigia exatamente o tema em destaque. Ao realizar um trabalho de evangelização, encontrei-me com um cidadão que não teve cerimônia em revelar-me seus desencontros. Dizia aquele homem que estava sofrendo muito, que seu estado era de desespero, contudo não aceitava que eu lhe falasse de Jesus em hipótese alguma. Afirmava ele que sabia perfeitamente que Cristo é o único caminho, mas não queria saber dessa direção, que preferia o mundo, a prostituição, as noitadas, etc.
Eis aí mais um caso típico de morte espiritual no segundo dia, pois em tal situação o Senhor não pode se manifestar ao pecador, porque existe de sua parte uma forte decisão de rejeitar a Deus. No seu interior, ele rejeita sistematicamente a presença de Deus. A esses o evangelho nem mesmo pode ser pregado, como nos ensina o Senhor Jesus na passagem em que João Batista envia dois discípulos a indagar os passos do Mestre e recebe a seguinte resposta: “.vai e diz a João: os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são purificados, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho, (Mateus 11.5). Ensino semelhante se acha em Isaías 61.1-3 e 66.2)
O Senhor diz que o evangelho é anunciado aos pobres, mansos, humildes, contritos e não aos ricos. Esses “afortunados” não nos falam absolutamente de riquezas materiais. Na verdade, o ensino exclui aqueles que se julgam ricos espirituais, pois esses sustentam agressivamente e até ameaçam batendo no peito: “Eu não preciso de Deus”, por isso o Senhor não pode se manifestar. Referidas pessoas ridicularizam o evangelho e zombam do Criador daí por que nem mesmo podem ser alcançadas pela pregação das boas novas. Esses “ricos espirituais” vivem a plenitude do segundo dia da morte espiritual.
A esses o Senhor não pode se manifestar porque eles se fecham para Deus. São alvos de bênçãos diariamente e muitas vezes chegam a pronunciar um “graças a Deus”, mas nada querem com o Criador, chegam quem sabe, até mesmo a visitar uma igreja, a convite do cônjuge, de um parente ou de um amigo, porém a mensagem nunca lhes diz absolutamente nada e permanecem distantes como se Deus nem mesmo existisse. 
Esperam desesperadamente que a chuva que a todos é enviada venha irrigar as suas hortas e o Sol que consolida o milagre da vida em todo planeta venha sustentar os seus plantios ou os seus projetos do dia-a-dia, no entanto rejeitam sistematicamente o Criador do Sol e da Chuva. O sentimento egoísta domina o comportamento de tais pessoas, querem tudo para si e nada para o Deus. Daí porque o Senhor permite que sigam seus tortuosos caminhos e não interfere, embora não deixe de socorrê-los, mesmo que não sejam capazes de um agradecimento sincero.
Nesses dois primeiros dias de morte espiritual, o Senhor permite que o pecador ponha em prática o seu plano pecaminoso, avance nessa direção e não interfere para que o tal chegue por si mesmo à conclusão da inutilidade de seu projeto e de sua incapacidade para concretizar positivamente algum feito nobre. Muitos entendem essa verdade e começam logo a tomar o caminho de volta, ingressando no terceiro dia de morte espiritual, mas a grande maioria, jamais se rende e passa a vida inteira, de costas viradas para o Criador.
Isso explica o ensino registrado em João 11.6, quando Jesus aguardou ainda dois dias no lugar onde estava para depois sair ao socorro de Lázaro, pois enquanto não passarem esses dois dias de morte espiritual, ou seja: “enquanto o pecador não cair em si” ou “enquanto não entender que por si mesmo nada pode” o Senhor não pode socorrê-lo e nem a ele se manifestar. É no decorrer desse dia que importantes ensinos sagrados são ministrados, como por exemplo:

“Aquele que, sendo muitas vezes repreendido, endurece a cerviz, será quebrantado de repente sem que haja cura”.
  Provérbios 29.1

“Disse então: Farei isto: derribarei os meus celeiros e edificarei outros maiores, e ali recolherei todos os meus cereais e os meus bens;”
“e direi à minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe, regala-te”.
“Mas Deus lhe disse: Insensato, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” 
Lucas 12.18-20;

“Porquanto dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;”
“aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua [nu]dez; e colírio, a fim de ungires os teus olhos, para que vejas”. Apocalipse 3.17,18

Fato importante deve ser observado: a morte física de qualquer pessoa que partiu deste mundo sem aceitar a Jesus Cristo como único e suficiente Salvador acontece sempre no segundo dia de morte espiritual, pois os tais jamais aceitaram a manifestação do Senhor em suas vidas, a qual ocorre sempre no terceiro dia de morte espiritual, como veremos a seguir. 


2.3.2.2.3 -  Terceiro dia de morte espiritual:


O terceiro dia de morte espiritual é marcado pelo fracasso dos projetos pessoais do pecador. Nesse dia, a frustração e a desventura obrigam o homem a dar meia volta e começar a palmilhar o caminho de volta. A infeliz direção desse caminho teve início no primeiro dia de morte espiritual, contudo agora o aventureiro percebe que subiu alto demais e os instrumentos que possui não o podem sustentar. Então começa a descer, não porque buscasse isso de coração, mas porque a sua incapacidade e incompetência passam a se manifestar.
Os problemas começam a surgirem com freqüência.  As vitórias são escassas e as derrotas estão sempre presentes.  Os amigos se afastam, os recursos acabam, as doenças aparecem.
O homem já não tem tanta certeza ou segurança sobre sua fortaleza e começa perder a confiança no seu Eu, contudo, insiste mesmo caindo aqui e levantando ali, o que só faz acentuar a fragilidade, inconsistência e vulnerabilidade que compõem a sua estrutura. Seus limites vão ficando cada vez mais evidentes fazendo com que ele comece a compreender seu real estado diante de Deus.  
Novamente podemos nos valer do exemplo do Filho Pródigo: após perder todos os seus recursos e se achar alimentando os porcos e se valendo do mesmo alimento para sobreviver, (Lucas 15.14-16).
É nesse dia que o Senhor começa a se manifestar na vida do pecador. O amor e a sabedoria divina detectam o momento mais oportuno e muitas vezes, enquanto o homem caminha disperso, inconformado com infortúnios ocorridos em sua vida, sem que ele menos espere, ao passar em frente uma igreja, ouve uma mensagem: Jesus é a única esperança, ou mesmo no desespero da luta inglória, alguém chega e lhe oferece um folheto ou uma palavra consoladora, apontando que o caminho certo é Jesus,
Apesar disso, o pecador insiste com velhas estratégias ou novas táticas, buscando quase no desespero se auto definir e mostrar que é capaz sim, travando uma forte batalha contra si mesmo.
O orgulho ferido nem sempre permite a rendição instantânea e todos os esforços empreendidos somente vão minando suas forças e impulsionando-o violentamente ladeira abaixo, até que ele se ache absolutamente esgotado, humilhado, destruído moralmente, sem recursos de qualquer natureza, muitas vezes endividado ou acometido por moléstias de toda sorte. Por mais que busque ao seu redor, já não encontra nada no mundo material em que possa confiar e o fundo do poço se aproxima rapidamente.
A alma quebrantada e sofrida do pecador castigado por sua própria insensatez já não oferece mais resistência à presença de Deus e, aos poucos, o Senhor vai mostrando que somente Jesus Cristo é o caminho a verdade e a vida, e nesse momento outro ensinamento é oferecido:

“Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor”.
“Lembra-te, pois, donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; e se não, brevemente virei a ti, e removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres”.Apocalipse 2.4-5
        
Lembra-te de onde caíste, ou seja: lembra-te do teu primeiro dia de morte espiritual ou de quando pecaste pela primeira vez, ou de quando ingressaste no caminho da morte, deixando o caminho da vida, quando ainda eras apenas uma criança.
De fato, o terceiro dia de morte espiritual tem essa marca importante: o pecador precisa deixar de ser o tal, abandonar a bandeira do orgulho, do “Eu sou”, do “Eu posso”, do “Eu faço”, abdicar de toda maldade, dos maus pensamentos, dos propósitos malignos, de toda sorte de impurezas, e regressar aos dias da indefesa criança, que não guarda rancor, nem se aventura em projetos pessoais, que depende do Criador para tudo, até para o mais simples alimento e aqui o Senhor nos proporciona outro ensino sagrado:

“e disse: Em verdade vos digo que se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus”. Mateus 18.3

 Quando esse entendimento começa a entrar na cabeça do homem,  sobretudo quando ele passa a compreender o estado de contaminação e impurezas que adquiriu nos dois dias de aventura em que esteve longe do Senhor, então está prestes a ingressar no quarto dia de morte espiritual.  
O que marca o terceiro dia de morte espiritual é o fato de que o pecador começa a considerar a existência de Deus e a entender que nada no mundo material lhe pode socorrer, permitindo a manifestação crescente do Senhor em sua vida. Muitas vezes o ser humano alcança esse entendimento e toma uma decisão séria de se voltar para Jesus antes mesmo de enfrentar o doloroso caminho da derrota e do fracasso que marca o regresso de muitos.

2.3.2.2.4  - Quarto dia de morte espiritual.

O quarto dia de morte espiritual do pecador ocorre exatamente quando ele entende que nada no mundo material lhe pode socorrer e que a solução presente é e será sempre a ação infalível do Senhor Jesus.
Na maioria das vezes, esse entendimento acontece na vida do pecador quando ele já se encontra no “fundo do poço”, após perder tudo de valor que julgava possuir e ver esgotados todos os seus esforços no sentido de se firmar perante a família, a sociedade e, sobretudo, perante si mesmo.
A essa altura, o pecador já alcançou o ponto que um dia deixou, para seguir o caminho da morte espiritual e voltou a ser como uma singela criança que se entrega totalmente nas mãos do Criador.
Quando essa compreensão acontece e o pecador toma a decisão de se entregar a Jesus, a luz maravilhosa do Senhor brota no seu entendimento de forma espetacular, exatamente como aconteceu com o Filho Pródigo conforme registrado em Lucas 15.17-19.

  Note que o número “4”, representa biblicamente tudo aquilo que é completo na terra.

De fato, o pecador somente se volta para Deus quando se esgotam ou se completam todos os seus esforços no sentido de se auto-afirmar. Nada existe no mundo material que o possa socorrer, em nada mais pode confiar e aí então ele entende que Jesus é a única solução, o único caminho, a única verdade e a vida, e nesse momento toma a importante decisão de receber o Senhor, abre as portas do seu coração para o Filho de Deus e aí acontece o milagre da ressurreição.
Desde então esse homem nunca mais será o mesmo, transformou-se numa nova criatura, terá nojo do pecado e não suportará mais os hábitos da sua velha natureza, buscará intensamente a presença de Deus e não saberá mais viver de outra forma.    


Assim concluímos este estudo, no qual procuramos demonstrar os preciosos ensinamentos de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, revelando-nos toda a sua obra missionária na vida dos três irmãos ( MARTA, MARIA E LÁZARO)..



MORTO POR QUATRO DIAS - 5ª PARTE




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2.3.2  Morto por quatro dias:


                   O tema em destaque nos leva a pensar em outros aspectos importantes inseridos na mensagem, que demonstram a situação espiritual de cada pessoa que aceitou ou há de aceitar a Cristo como único e suficiente Salvador:



2.3.2.1 - A enfermidade e morte de Lázaro;

2.3.2.2 - A duração da morte de Lázaro;



2.3.2.1 - A enfermidade e morte de Lázaro;


                   Certamente o Senhor conheceu Lázaro por ocasião da primeira visita à casa de Marta e Maria, registrada em Lucas 10.38-42, texto acima citado.
                   Algo a ser observado nesse ensino é que Lázaro esteve são na primeira parte de sua vida e de repente foi acometido por uma enfermidade. O texto sagrado de João 11.1 nos leva a entender dessa maneira.

Mandaram, pois, as irmãs dizer a Jesus: Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas”.  João 11.3

                   Na verdade, o pecado é o mal que leva todo ser humano à morte espiritual e é nessa dimensão que precisamos focalizar todo o nosso raciocínio, 


        UMA VEZ QUE LÁZARO NOS FALA DE TODO SER HUMANO QUE ADOECEU E MORREU ESPIRITUALMENTE, ENFERMADO PELO PECADO.


                   Seguindo esse raciocínio, algo me chama a atenção de imediato; 

       A enfermidade apareceu na vida de Lázaro quando ele já existia há algum tempo, ELE JÁ VIVIA.



logo,

        Houve um período de plena saúde em sua vida, antes daquela enfermidade.

Esse período de plena saúde na vida de Lázaro está presente na vida espiritual de todos os seres humanos, porque ninguém nasce pecador, como já exaustivamente temos explicado,  em outros estudos aqui no blog.

Ora, como o período inicial da vida de Lázaro foi marcado pela saúde física, isso equivale dizer que também existe saúde espiritual no início da vida de todos os seres humanos.

Lembre-se, Deus cria situações no mundo material e delas se utiliza para representar a mesma ocorrência na dimensão espiritual.
                 
Note que o próprio Senhor nos oferece também nessa mensagem em mais de uma oportunidade a confirmação de nossas convicções de que ninguém nasce pecador.

A enfermidade do pecado acomete a todos os seres humanos num dado momento de suas vidas, após o ingresso na fase da consciência. A idade exata de quando isso acontece ninguém jamais poderá saber a não ser o próprio Senhor e a pessoa envolvida, em face da questão de cunho absolutamente pessoal que define o assunto.

Essa enfermidade é provocada por um “vírus” (o “vírus” do pecado) que está alojado em nossa carne. Esse vírus, nós o recebemos por herança de nossos pais e ancestrais, tendo partido de Adão.

O referido mal fica encubado e não pode se manifestar na fase da inocência porque todos recebemos nesse período uma proteção toda especial concedida por nosso Criador que disponibiliza Seus anjos para nos guardar (Mateus 18.10-14).

Chegada à fase da consciência, quando passamos a ter noção do que é certo e do que é errado, esse “vírus”, recebe estímulos de seu mentor e criador (Satanás), manifesta-se enfermando o seu portador,  ganha força e provoca um conflito em nosso interior quando se estabelece um impasse: “convém ou não convém praticar o mal?”, aborreço ou não a vontade de Deus?.. 

Esse conflito interno é a própria enfermidade que precede a morte espiritual.

Infelizmente, todos acabam se desviando, contrariando a Deus e morrendo espiritualmente, exatamente como aconteceu com Lázaro no relato similar da vida material.
        


2.3.2.2 -  A duração da morte de Lázaro;



Neste tópico iremos examinar o importante ensinamento contido na mensagem que nos fala sobre os quatro dias da morte de Lázaro.
É curioso observar que o nosso Salvador faz questão de somente chegar à casa do morto para realizar o marcante ato milagroso da ressurreição após ter decorrido quatro dias de sua morte,  permanecendo no local onde se encontrava mais dois dias após receber a notícia sobre a enfermidade do amigo (João 11.6).
Esses quatro dias representam na verdade a morte espiritual de todos os seres humanos sendo que somente alcançarão o terceiro e quarto dias as pessoas que um dia aceitaram a Cristo como Salvador, ou ainda tomarão tal decisão.
As pessoas que não aceitarem a Cristo como Salvador morreram espiritualmente logo após o ingresso na fase da consciência e encontrarão a morte física também sempre no primeiro ou segundo dia de sua morte espiritual e daí seguirão para o juízo e morte eterna.
Assim cumpre-nos identificar cada um desses quatro dias:



2.3.2.2.1 - Primeiro dia de morte espiritual:



Identificamos o primeiro dia de morte espiritual como sendo o dia em que o pecador toma a decisão de ingressar no caminho do mal e de contrariar a vontade de Deus, separando-se do Criador.
Como exemplo, podemos nos valer da lamentável e inconseqüente decisão do Filho Pródigo em exigir do Pai sua parte na herança e ir cuidar da própria vida (Lucas 15.12).
O primeiro dia corresponde ao dia em que o pecador põe em prática um plano pecaminoso e começa a executá-lo, tomando a direção que o conduz para longe da presença de Deus, seguindo rumo a um ponto cada vez mais distante do Criador, rejeitando de forma decidida qualquer conselho ou orientação que busque demovê-lo de tal decisão.
Esse plano pecaminoso tem como referencial intransigente o EU do cidadão que exibe uma convicção material tão forte que nada pode fazê-lo voltar atrás, rejeitando de forma sistemática tudo que o possa conduzir de volta à presença de Deus. Assim ele segue nessa direção perversa, acompanhado bem de perto pelo espírito enganador que leva o pobre ser humano a defender com unhas e dentes o “Eu sou”, o “Eu posso”, o “Eu tenho”, o “Eu quero, etc.,
Em geral, esse dia coincide com o ingresso do ser humano na fase da consciência, quando ele deixa de ser criança e passa a ter entendimento do bem e do mal. 

No momento em que escolhe a prática do pecado, acontece a separação de Deus. ou a morte espiritual. 




... CONTINUA...

MORTO POR QUATRO DIAS - 4ª PARTE



...... CONTINUAÇÃO....


2.3  -  Morrer espiritualmente e ressuscitar – “Ainda que estejas morto viverás” (João 11.25): Aquele que está morto espiritualmente mas creu na Palavra do Senhor:  Situação vivida por Lázaro.


                  Em Lázaro, o Senhor nos apresenta a situação vivida por praticamente todas as pessoas que aceitaram e hão de aceitar o sacrifício de Jesus na Cruz do Calvário.
                   Lázaro nos fala do morto espiritual que, após se conscientizar do seu estado de incapacidade absoluta e ouvir a Palavra de Deus, entrega-se totalmente, reconhecendo ainda a impossibilidade de viver na presença do Senhor caso não se arrependa de seus pecados e após adotar tal decisão, ressuscita espiritualmente para a vida com Cristo.
                   É curioso observar que as Escrituras nada relatam sobre a vida pregressa de Lázaro, aliás, não se conhece qualquer palavra que porventura ele tenha pronunciado.
                   Ponho-me a pensar no silêncio daquele homem e concluo que tal conduta nos fala muito mais do que muitas palavras.
                   De fato, se Deus conhece cada fio de cabelo de nossas cabeças, também conhece o estado de cada pecador e as necessidades de todos antes mesmo que façamos qualquer pedido ou ponderação em nosso favor.
                   É oportuno lembrar o ensinamento de nosso Senhor no evangelho de Mateus, condenando aqueles que falam demais. Diz-nos o Mestre que as palavras do homem devem ser “sim, sim e não, não, pois o que disso passar é de procedência maligna”.
                   Pensando bem, o pecador não tem mesmo o direito de falar qualquer coisa. Deus nos proporcionou riquezas imensuráveis e jogamos tudo fora um dia, assim como fez o filho pródigo, um tipo de Lázaro que, aliás, após as aventuras dos “bons” dias e finalmente achar-se no “fundo do poço”, dirigiu-se ao Senhor apenas para reconhecer seu estado pecaminoso.
                   O silêncio é de fato o melhor comportamento que o pecador deve adotar se pretender a liberdade espiritual.  Estar calado na presença de Deus e apenas obedecer, eis a conduta ideal. Foi exatamente esse o comportamento de Lázaro, que, ao ouvir a diretriz do Senhor: “Lázaro vem para fora...”(João 11.43), obedeceu e saiu livre da morte.
                   Marta, a irmã de Lázaro, que, como o irmão também era uma pessoa morta espiritualmente, falava de mais e suas palavras sempre resistiam ao Senhor e guardavam o cunho de competir com o Mestre, conduta essa que explica o fato de não ter sido ela alcançada pela ressurreição espiritual.
                   Lazaro permaneceu em silêncio o tempo todo como quem entendesse a sua situação pecaminosa em cuja boca somente caberiam mesmo as palavras do publicano que nem mesmo ousava levantar os olhos ao céu, mas batia no peito dizendo: “Senhor, tem misericórdia de mim pecador”(Lucas 18.13) e por isso foi coroado com a ressurreição de entre os mortos.

                   Além das particularidades acima destacadas, outros ensinamentos importantes estão presentes no assunto examinado:


2.3.1   -    O Amor de Deus alcança a todos os seres humanos indistintamente:


                   De fato, Deus não escolhe pessoas para endereçar seu infinito amor. Os versículos abaixo nos revelam que o Senhor amava os três irmãos de Betânia, sem considerar o estado espiritual de cada um:

“Mandaram, pois, as irmãs dizer a Jesus: Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas”.
“ Ora, Jesus amava a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro”.
“E, tendo assim falado, acrescentou: Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono”. João 11. 3,5,11


                   Outro entendimento importante nos assegura o texto em destaque e a mensagem como um todo:

a)          MARIA: era filha de Deus – Escolheu a boa parte (Lucas 10.42) Jamais saiu da presença do Pai. Não chegou a morrer espiritualmente.  Jesus amava Maria.

b)         MARTA: era inimiga de Deus – Escolheu a pior parte (Lucas 10.42), deixou a presença do Pai, morreu espiritualmente, separou-se definitivamente de Deus e não creu (João 11.23-27, 39-40), logo não aceitou a reconciliação através de Jesus Cristo, permanecendo morta. Jesus amava Marta.


c)          LÁZARO: era amigo de Deus (João 11.11) – Deixou a presença do Pai, morreu espiritualmente, mas aceitou a reconciliação (João 11.44) através de Jesus cristo e se transformou em filho por adoção( Ef. 1.5). Jesus amava Lázaro.

Note que JESUS CRISTO amava os três irmãos da mesma forma, sem se importar com a situação espiritual de cada um, EXATAMENTE COMO AMA A TODO SER HUMANO INDISTINTAMENTE.   
                 
A Palavra de Deus nos ensina que Cristo em todo tempo ama o amigo e na angústia nasce o irmão, (Provérbios  17.17).


O quarto dia da morte espiritual coincide com o ponto máximo de angústia que pode acometer um ser humano. É nesse momento que o homem entende que Deus é tudo e que nada tem mais importância e é nesse momento que nasce um irmão como ensina o versículo acima ou que acontece o milagre da salvação ou a ressurreição espiritual de uma pessoa, foi nesse momento que aconteceu a ressurreição de Lázaro. 


...CONTINUA... 

MORTO POR QUATRO DIAS - 3ª PARTE




....CONTINUAÇÃO....




B)   Maria unge a Jesus antes da crucificação:


A condição espiritual de Maria lhe conferiu outro privilégio muito importante: ungir ao Senhor, pouco antes de sua crucificação.
Tal ação de Maria mereceu do Senhor outro decreto, demonstrando a imortalidade espiritual daquela mulher:


“Ora, derramando ela este bálsamo sobre o meu corpo, fê-lo a fim de preparar-me para a minha sepultura.”
Em verdade vos digo que onde quer que for pregado em todo o mundo este evangelho, também o que ela fez será contado para memória sua.” Mateus 26.12,13


A ação de Maria foi, na verdade, única e não poderia mesmo ser realizada por qualquer pessoa.
Tem-se a impressão de que Maria sabia o que estava prestes a acontecer com o amado Salvador e procurava consolá-lo no momento difícil, como faz uma irmã amorosa com um irmão querido que está para enfrentar uma situação de dor ou de terrível angústia. 
Fico imaginando que possivelmente a condição espiritual daquela mulher lhe assegurava uma capacidade muito superior às demais pessoas, no sentido de compreender os propósitos divinos e até antever aspectos importantes da obra missionária do Senhor, o que a levou a antecipar-se e ungir o Salvador para a sua sepultura prevendo já a sua morte, numa atitude absolutamente única e não entendida por aqueles que a cercavam naquele momento.
Assim concluímos que o comportamento de MARIA revela a condição possível a todos os seres humanos de não passar pela morte espiritual, de alguém que escolheria a vida e não experimentaria a morte espiritual, em que pese se tratar de um estado jamais alcançado por qualquer pessoa.  


          2.2  -  Morrer espiritualmente e não ressuscitar- aquele que não crê na Palavra de Deus (João 11.25)-  - Situação vivida por Marta.



Em Marta o Senhor nos apresenta um ser humano que vive condição espiritual extremamente oposta àquela vivida por Maria.
Marta nos fala da pessoa extremamente ocupada com as coisas materiais, absolutamente distante da presença de Deus, que não se toca e muito menos se interessa pelos ensinamentos do Senhor.
É impressionante a desídia de Marta, que mesmo após ter presenciado o milagre do Senhor ressuscitando o irmão, continuou distante de Jesus, atarefada e dispersa, não dando a mínima importância àquele fato tão marcante.
A dimensão daquela obra milagrosa realizada por Jesus foi tão forte que muitas pessoas estranhas presentes no momento daquele fato histórico, as quais nenhum parentesco tinham com a família, acabaram por aceitar a Palavra de Deus, e na ceia de Lázaro já se reclinavam à mesa na presença do Senhor ávidas pelo alimento espiritual no entanto, 

MARTA, que era irmã do morto ressuscitado, não se tocou, não se interessou, nem se importou, permanecendo distante do Filho de Deus, ocupada com os seus afazeres.

Em João 12.1 encontramos com clareza essa situação e ao contrário da irmã Maria que mais uma vez estava aos pés do Senhor, e do Irmão Lázaro ressuscitado, que também se reclinava à mesa com o querido Mestre num lindo gesto de gratidão pela dádiva recebida como quem estivesse ansioso por receber mais da Palavra de Deus, MARTA somente se preocupava com o seu serviço e jamais procurou encurtar a distância que a separava da presença do Senhor.

Em Lucas 10.40-42, o Senhor Jesus decreta a triste situação de Marta:


“Marta, porém, andava preocupada com muito serviço; e aproximando-se, disse: Senhor, não se te dá que minha irmã me tenha deixado a servir sozinha? Dize-lhe, pois, que me ajude”.
“Respondeu-lhe o Senhor: Marta, Marta, estás ansiosa e perturbada com muitas coisas”;
“entretanto poucas são necessárias, ou mesmo uma só; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada.” Lucas 10.40-42

Quando o Senhor diz que Maria escolheu a melhor parte, está automaticamente dizendo que Marta escolheu a pior, isso equivale dizer que MARIA ESCOLHEU A VIDA E MARTA ESCOLHEU A MORTE, ou seja: Marta escolheu os caminhos da morte espiritual. Referimo-nos novamente a Deuteronômio 30.19 já citado anteriormente.
MARTA escolheu a morte e permaneceu na morte, não aceitando o sacrifício do Senhor, como fez seu irmão Lazaro.
Note que o Senhor define a situação espiritual de MARTA e de MARIA no versículo 42.
A conduta daquela pobre criatura nos lembra ainda o comportamento de muitas pessoas que somente acreditam na salvação por meio das obras, pensam que podem comprar o céu com alguns atos de benevolência, mas rejeitam sistematicamente a Palavra de Deus e não acreditam no poder de Deus para salvação do homem, aliás, esse fato ficou patente na resposta que a irmã de Maria deu ao Senhor:

“Declarou-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá”;
“e todo aquele que vive, e crê em mim, jamais morrerá. Crês isto?”


“Respondeu-lhe Marta:

Sim, Senhor, eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo”.  João 11.25-27

Entendo que a resposta de Marta foi, na verdade uma manifestação clara de que não crê no Senhor e não se interessava por suas promessas.
Ela foi muito clara em demonstrar no que cria, se desviando e fazendo pouco caso da pergunta elaborada pelo Senhor, respondendo o que não foi perguntado.
Ora, crer que Jesus é o filho de Deus e que havia de vir ao mundo, todos crêem e até os demônios.  O correto é confiar, obedecer e esperar na ação divina. Isso

Marta não demonstrava.

Vale observar que em nenhum dos diversos milagres operados por Jesus, encontramos na manifestação do beneficiado, respostas semelhantes à que Marta ofereceu. Em todos os casos vemos respostas do tipo: “Eu creio Senhor”,  “Eu creio”, “Eu creio Senhor, ajuda a minha incredulidade” etc.
A incredulidade de Marta ficou também muito clara no diálogo estabelecido com Jesus em João 11.23-24:


“Respondeu-lhe Jesus: Teu irmão há de ressurgir”
“Disse-lhe Marta: Sei que ele há de ressurgir na ressurreição, do último dia”. João 11.23-24


A resposta daquela mulher ao Senhor nega de forma clara o poder e a presença de Deus. Suas palavras soam como se dissesse claramente: “Eu não acredito em Ti Jesus, mas sei que meu irmão irã ressuscitar no último dia”.
Em João 11.22, ela faz uma declaração absolutamente contrária ao propósito do evangelho, revelando ainda uma estreita ligação com seitas religiosas que acreditam na possibilidade de salvação mesmo após a morte física.


“E mesmo agora (após a morte do irmão) sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá”. João  11.22


Em João 11.39, Marta tenta impedir a operação milagrosa do Senhor, numa clara demonstração de resistência a autoridade divina e é repreendida pelo Mestre:


“Disse Jesus: Tirai a pedra. Marta, irmã do defunto, disse-lhe: Senhor, já cheira mal, porque está morto há quase quatro dias.”
 “Respondeu-lhe Jesus: Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?” João  11.39-40


                   Marta com certeza não viu a glória de Deus, pois, em JOÃO 12.1-3, na ceia de Lázaro, ela permanece dispersa e ocupada com os afazeres domésticos, não dando importância ao feito marcante do Senhor ressuscitando o irmão, e fazendo pouco caso da presença do Mestre.
Registramos a seguir as diferenças gritantes entre o comportamento de Marta e de Maria:


EM LUCAS 10.39-42


MARIA: senta-se aos pés de Jesus para ouvir a Sua Palavra.

MARTA: Reclama, murmura e questiona ao Senhor pela conduta da irmã, fazendo pouco caso da presença de Deus, dando mais importância aos seus afazeres domésticos.


EM JOÃO 11.21 e 32


MARIA:  Atira-se aos pés do Senhor adorando e depois faz uma confissão de confiança.

MARTA:  Antes de Maria, apressa-se a ir ao encontro de Jesus mas para criticá-lO e questionar a sua demora, como se tivesse autoridade sobre o Mestre.
Observe que ambas fazem a mesma declaração, no entanto o comportamento de cada uma imprime sentido absolutamente oposto nas palavras por elas pronunciadas.  


EM JOÃO 12.1-4


MARIA:  Unge o Senhor e mais uma vez se lança aos seus pés e depois os enxuga com os seus cabelos.

MARTA: Mesmo após presenciar o milagre de Jesus ressuscitando seu irmão, continua ocupada com seus serviços, não se importando com a presença do Senhor.



Assim concluímos que MARTA nos fala do ser humano que morreu espiritualmente e não ressuscitou nem ressuscitará, porque rejeitou a Palavra do Senhor, preocupando-se com as coisas materiais, julgando que a salvação se alcança pela prática de boas obras.



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MORTO POR QUATRO DIAS - 2ª PARTE




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2 -   Os 3 irmãos, Maria, Marta e Lázaro representam o conjunto dos seres humanos e a situação espiritual de cada pessoa:


         Neste tópico, vamos demonstrar que o Senhor se utiliza da figura dos 3(três) irmãos para representar espiritualmente todos os seres humanos.
Observe que as Sagradas Escrituras não nos trazem qualquer relato sobre a existência dos pais carnais daquela família de 3(três) irmãos, os quais certamente existiam.
Ora, a referência aos pais carnais não podia mesmo ser feita, uma vez que, os 3(três) irmãos representam espiritualmente todo ser humano e Deus é o pai de todos os espíritos e não o homem carnal. Nesse caso, a paternidade daquela família ou de todos os seres humanos deve ser conferida ao Criador de todas as coisas.   

“Além disto, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e os olhávamos com respeito; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, e viveremos?”  Hebreus 12.9

Seguindo esse raciocínio, uma orientação muito importante do Senhor cabe ser destacada de imediato:

“Declarou-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá”;
 “e todo aquele que vive, e crê em mim, jamais morrerá. Crês isto?”
 João 11. 25,26

         Cabe observar que, no texto acima, o Senhor estabelece um claro confronto com a definição dominante no meio evangélico, dando conta de que todos nascem pecadores e o leitor precisa estar atento ao ensino oferecido.
         O texto sagrado em destaque nos dois versículos acima citados apresenta três situações possíveis aos seres humanos:


2.1 – Viver sem conhecer a morte espiritual – Aquele que vive e crê nunca morrerá (João 11.26)- 

2.2 – Morrer espiritualmente e não ressuscitar- Aquele que não crêr (João 11.25)- 

2.3 - Morrer espiritualmente e ressuscitar – Quem crê em mim ainda que esteja morto viverá (João 11.25) .



Nestas três possibilidades se enquadra perfeitamente a família de Betânia: MARIA,  MARTA e LÁZARO respectivamente.


2.1  -  Viver sem conhecer a morte espiritual - Aquele que vive e crê (Jo. 11.26) -  NUNCA MORRERÁ  - Situação vivida por Maria.


          O Senhor demonstra neste caso, a possibilidade posta diante de cada ser humano, de nunca passar pela morte espiritual, o que somente ocorreria se o homem fosse obediente a Deus desde o princípio e não ingressasse no pecado.
                    Note que a possibilidade de não se conhecer a morte espiritual existe e foi declarada pelo nosso Senhor, porém nenhum ser humano jamais conseguiu tal façanha, ou seja: todos, mais cedo ou mais tarde, após o ingresso na fase da consciência, acabaram pecando e morrendo espiritualmente, e isso nos ensina a Palavra de Deus em Romanos 3.23.
          O único homem que conseguiu alcançar tal feito foi o próprio Senhor Jesus.
Observe que o exame do texto de João 11.26 exclui a possibilidade de se interpretar que a referência do Senhor fosse endereçada ao ser humano que ressuscitou espiritualmente e passou a viver, uma vez que ele já morreu um dia, e se já morreu um dia, não pode ser enquadrado na expressão “Nunca morrerá”, do mesmo ensino sagrado, porque já morreu um dia.
Nada obstante, o Senhor lança mão da figura de MARIA para representar esse tipo de ser humano - aqueles que nunca morreriam espiritualmente, se não ingressassem no pecado.
Note ainda que não se pretende definir aqui a situação espiritual particular de cada um daqueles três irmãos, até porque pouco se sabe sobre suas vidas pessoais antes e depois do advento do Messias.
Num dado momento, porém, da vida daquelas pessoas, seus personagens foram usados por Jesus para representar a situação espiritual da humanidade, lembrando que a conduta que deles se registrou nas Escrituras Sagradas nos assegura uma impressionante coerência com as definições estabelecidas.
É oportuno observar que o contexto dos dois versículos acima citados (João 11.25 e 26) nos deixa clara a informação prestada pelo próprio Senhor Jesus de que a vida foi dada a todos indistintamente e esse é o ponto mais importante do ensino.
A morte espiritual é um agente secundário no enfoque examinado e veio depois pela prática do pecado.


Veja o esclarecimento:

JOÃO 11.25 -“Todo aquele que crer, AINDA QUE esteja morto viverá”.

A expressão “AINDA QUE” inserida no meio da frase transmite a idéia de que o complemento do texto (esteja morto) tem importância secundária.
A vida é a dádiva original e começa na concepção de cada ser humano e não em Adão, onde se iniciou a era humana.
A morte espiritual vem depois como conseqüência da maldade de cada pessoa. Ninguém morre espiritualmente por conta do pecado de Adão. Cada um dará conta de si mesmo a Deus ( Rom. 14.12)

 
JOÃO 11.26 - “Todo aquele que vive e crê NUNCA MORRERÁ”.  


   Observe que esse versículo nem cogita a possibilidade de morte espiritual.

Logo entendemos que a vida é o bem maior e foi dada a todos indistintamente.

Ora, só pode morrer aquele que está vivo, logo, eis aí mais uma revelação dando-nos conta de que ninguém nasce pecador.
Ninguém nasce morto espiritualmente, todos nascem com vida e sem pecado, conforme já temos exaustivamente explicado.
Ninguém nasce pecador. Uma coisa é ter a natureza pecaminosa, outra é ser um pecador.
À respeito de MARIA, as particularidades vividas por aquela filha de Deus nos permitem associar a sua imagem à figura de uma pessoa que de fato não morreu espiritualmente, sendo usada pelo Senhor para incorporar o texto de João 11.26.Vejamos:


A)   O primeiro contacto com a Palavra de Deus:

“Tinha esta uma irmã chamada Maria, a qual, sentando-se aos pés do Senhor, ouvia a sua palavra”. Lucas 10.39

                            Maria demonstra interesse pela Palavra de Deus, logo, quando essa lhe vem ao encontro, e ao sentar-se aos pés de Jesus, revela postura de humildade e de submissão aos preceitos divinos.
                            Tal postura conferiu àquela mulher um decreto de Jesus que marcou desde então, a sua situação espiritual:

                                 “entretanto poucas são necessárias, ou mesmo uma só; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada”.Lucas 10.42

Maria entendeu o recado do Senhor e escolheu a melhor parte. Observe que é no versículo acima que o Senhor define a situação espiritual de MARIA.
Esse texto sagrado nos traz à memória outro importante ensinamento mais antigo falando-nos da mesma maneira:

“O céu e a terra tomo hoje por testemunhas contra ti de que te pus diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência,” Deuteronômio 30.19
                           
                            Num dado momento da vida de cada ser humano, esses dois caminhos lhe são oferecidos: a vida e a morte espiritual. Maria escolheu a vida. Jesus é o caminho a verdade e a vida. Maria escolheu Jesus.     Ao escolher a vida, Maria deixou o caminho da morte espiritual, conforme ensinado pelo próprio Senhor.


B)  Uma postura de fé e confiança inabalável:


“Marta, pois, ao saber que Jesus chegava, saiu-lhe ao encontro; Maria, porém, ficou sentada em casa”. João 11.20


        Veremos mais adiante que Marta saiu ao encontro do Mestre com o propósito de criticá-lo e até questioná-lo pela demora; MARIA, porém, aguardava resignada, com fé e confiança a ação de Jesus a quem tanto amava, como alguém que tinha a certeza de que o Senhor iria ressuscitar o ente querido.


C) A adoração da serva confiante:

Tendo, pois, Maria chegado ao lugar onde Jesus estava, e vendo-a, lançou-se-lhe aos pés e disse: Senhor, se tu estiveras aqui, meu irmão não teria morrido”. João 11.32



        Ao ver Jesus, primeiramente Maria se lança aos seus pés, numa postura de adoração e depois faz uma carinhosa confissão de confiança.
        Nessa passagem o comportamento daquela mulher emocionou o coração do Mestre sendo a única vez em que as Escrituras registram textualmente as lágrimas de Jesus motivadas pela incredulidade do ser humano.
Ao dizer “Senhor, se Tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido”, a filha de Deus mostrava ao Mestre querido que a maioria dos seres humanos rejeitam a presença de Jesus em suas vidas e que o Senhor não está presente em seus corações.   



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