terça-feira, 16 de junho de 2015

FRUTIFICANDO









Os infortúnios fazem sangrar o peito,
O coração reclama o trato, e o mau jeito,
Não é hora de carícias, não é preconceito,
Importam as lágrimas na preparação do eito,

Feito o arado que rasga a terra sem pena,
Tira a beleza que sobra e a impureza que dobra,
Afasta o tédio, não é assédio, espanta a cobra,
Ajeita o leito, para receber a semente, apenas,

A vida germina, recolhida no rumo certo,
O tempo apaga a dor e o navegante segue,
Se alimenta do melhor peixe, da pescaria,
Se prepara para a realidade de um novo dia.

Tal qual a semente que vinga na terra fértil,
Brota e cresce com as águas da chuva serôdia,
Ganha a forma, e a força que não lhe deixa estéril,
Se prepara para a produção, que chega em dia.

O viver se torna alegre e o caminhar perfeito,
É o que se espera, de quem quer andar direito,
Mas a vaidade tira os pés da trilha que agrada,
Engana a alegria, e aciona uma temível espada. 

Os frutos surgem e alegram ao fruticultor,
A colheita atende as expectativas almejadas,
Mas o estado viçoso da planta agora preocupa,
O excesso de folhas, não deixa germinar a fruta.

Novos infortúnios na vida calibram os pés,
Outras lágrimas rolam no sacrifício do ego,
Um suspiro no peito segue, o retorno ao viés,
A vontade própria anula a garantia do sucesso.

O fruticultor dá início a necessária poda,
Ajeita a planta para uma maior produção,
Elimina os excessos, tira as folhas da moda,
A planta sofre, mas responde bem a ação. 

Assim é a vida, nas mãos do sábio agricultor,
As vezes nos impõe lágrimas, mas faz por amor,
Usa o exemplo da planta e do seu fruticultor,

Para indicar o rumo, onde frutifica o vencedor.

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