quinta-feira, 5 de março de 2015

SENTIMENTOS








Algo que nasce num só momento,
Faz do choro um triste lamento,
O coração aumentar os batimentos,
E da lágrima a expressão do sofrimento.

A alegria que modifica o semblante,
Quando praticamos o mais importante,
Na dor de alguém que chora, ou, no Ser arrogante,
Abrimos os braços, ou indicamos o rumo errante.

No intrigante e nostálgico silêncio da noite,
No monólogo, que o travesseiro assiste,
Um soluço rompe a quietude e o açoite,
Do vento que no mesmo sentido insiste.

No arrepio estranho do corpo,
Um calafrio surpreende a alma,
Um formato diferente do porto,
Que abriga emoções e acalma.

O olhar absorve e acolhe a ilusão,
Que vagueia no tempo e na imaginação,
Dando forma aquilo que não existe,
Da mente ao peito, o sonho que tanto inste.

Da surpresa foge, por um instante,
Algo que tira a compreensão,
O chão, fica agora bem distante,
Dessas "coisas" do coração.

Na hora de uma dura separação,
Que leva um ente que mora no peito,
O martírio te arrasta, de todo jeito,
A tristeza amarga, cala a explicação.

Ou mesmo numa simples partida,
De alguém que consideramos,
A saudade encontra motivo e guarida,
Ainda que pouco, nos importamos.

A dor que cresce até ao tormento,
Cria no Ser um ambiente estranho,
Não importa a dimensão ou o tamanho,

São coisas que se definem como SENTIMENTOS.




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