sexta-feira, 30 de agosto de 2013

MORTO POR QUATRO DIAS - 3ª PARTE




....CONTINUAÇÃO....




B)   Maria unge a Jesus antes da crucificação:


A condição espiritual de Maria lhe conferiu outro privilégio muito importante: ungir ao Senhor, pouco antes de sua crucificação.
Tal ação de Maria mereceu do Senhor outro decreto, demonstrando a imortalidade espiritual daquela mulher:


“Ora, derramando ela este bálsamo sobre o meu corpo, fê-lo a fim de preparar-me para a minha sepultura.”
Em verdade vos digo que onde quer que for pregado em todo o mundo este evangelho, também o que ela fez será contado para memória sua.” Mateus 26.12,13


A ação de Maria foi, na verdade, única e não poderia mesmo ser realizada por qualquer pessoa.
Tem-se a impressão de que Maria sabia o que estava prestes a acontecer com o amado Salvador e procurava consolá-lo no momento difícil, como faz uma irmã amorosa com um irmão querido que está para enfrentar uma situação de dor ou de terrível angústia. 
Fico imaginando que possivelmente a condição espiritual daquela mulher lhe assegurava uma capacidade muito superior às demais pessoas, no sentido de compreender os propósitos divinos e até antever aspectos importantes da obra missionária do Senhor, o que a levou a antecipar-se e ungir o Salvador para a sua sepultura prevendo já a sua morte, numa atitude absolutamente única e não entendida por aqueles que a cercavam naquele momento.
Assim concluímos que o comportamento de MARIA revela a condição possível a todos os seres humanos de não passar pela morte espiritual, de alguém que escolheria a vida e não experimentaria a morte espiritual, em que pese se tratar de um estado jamais alcançado por qualquer pessoa.  


          2.2  -  Morrer espiritualmente e não ressuscitar- aquele que não crê na Palavra de Deus (João 11.25)-  - Situação vivida por Marta.



Em Marta o Senhor nos apresenta um ser humano que vive condição espiritual extremamente oposta àquela vivida por Maria.
Marta nos fala da pessoa extremamente ocupada com as coisas materiais, absolutamente distante da presença de Deus, que não se toca e muito menos se interessa pelos ensinamentos do Senhor.
É impressionante a desídia de Marta, que mesmo após ter presenciado o milagre do Senhor ressuscitando o irmão, continuou distante de Jesus, atarefada e dispersa, não dando a mínima importância àquele fato tão marcante.
A dimensão daquela obra milagrosa realizada por Jesus foi tão forte que muitas pessoas estranhas presentes no momento daquele fato histórico, as quais nenhum parentesco tinham com a família, acabaram por aceitar a Palavra de Deus, e na ceia de Lázaro já se reclinavam à mesa na presença do Senhor ávidas pelo alimento espiritual no entanto, 

MARTA, que era irmã do morto ressuscitado, não se tocou, não se interessou, nem se importou, permanecendo distante do Filho de Deus, ocupada com os seus afazeres.

Em João 12.1 encontramos com clareza essa situação e ao contrário da irmã Maria que mais uma vez estava aos pés do Senhor, e do Irmão Lázaro ressuscitado, que também se reclinava à mesa com o querido Mestre num lindo gesto de gratidão pela dádiva recebida como quem estivesse ansioso por receber mais da Palavra de Deus, MARTA somente se preocupava com o seu serviço e jamais procurou encurtar a distância que a separava da presença do Senhor.

Em Lucas 10.40-42, o Senhor Jesus decreta a triste situação de Marta:


“Marta, porém, andava preocupada com muito serviço; e aproximando-se, disse: Senhor, não se te dá que minha irmã me tenha deixado a servir sozinha? Dize-lhe, pois, que me ajude”.
“Respondeu-lhe o Senhor: Marta, Marta, estás ansiosa e perturbada com muitas coisas”;
“entretanto poucas são necessárias, ou mesmo uma só; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada.” Lucas 10.40-42

Quando o Senhor diz que Maria escolheu a melhor parte, está automaticamente dizendo que Marta escolheu a pior, isso equivale dizer que MARIA ESCOLHEU A VIDA E MARTA ESCOLHEU A MORTE, ou seja: Marta escolheu os caminhos da morte espiritual. Referimo-nos novamente a Deuteronômio 30.19 já citado anteriormente.
MARTA escolheu a morte e permaneceu na morte, não aceitando o sacrifício do Senhor, como fez seu irmão Lazaro.
Note que o Senhor define a situação espiritual de MARTA e de MARIA no versículo 42.
A conduta daquela pobre criatura nos lembra ainda o comportamento de muitas pessoas que somente acreditam na salvação por meio das obras, pensam que podem comprar o céu com alguns atos de benevolência, mas rejeitam sistematicamente a Palavra de Deus e não acreditam no poder de Deus para salvação do homem, aliás, esse fato ficou patente na resposta que a irmã de Maria deu ao Senhor:

“Declarou-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá”;
“e todo aquele que vive, e crê em mim, jamais morrerá. Crês isto?”


“Respondeu-lhe Marta:

Sim, Senhor, eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo”.  João 11.25-27

Entendo que a resposta de Marta foi, na verdade uma manifestação clara de que não crê no Senhor e não se interessava por suas promessas.
Ela foi muito clara em demonstrar no que cria, se desviando e fazendo pouco caso da pergunta elaborada pelo Senhor, respondendo o que não foi perguntado.
Ora, crer que Jesus é o filho de Deus e que havia de vir ao mundo, todos crêem e até os demônios.  O correto é confiar, obedecer e esperar na ação divina. Isso

Marta não demonstrava.

Vale observar que em nenhum dos diversos milagres operados por Jesus, encontramos na manifestação do beneficiado, respostas semelhantes à que Marta ofereceu. Em todos os casos vemos respostas do tipo: “Eu creio Senhor”,  “Eu creio”, “Eu creio Senhor, ajuda a minha incredulidade” etc.
A incredulidade de Marta ficou também muito clara no diálogo estabelecido com Jesus em João 11.23-24:


“Respondeu-lhe Jesus: Teu irmão há de ressurgir”
“Disse-lhe Marta: Sei que ele há de ressurgir na ressurreição, do último dia”. João 11.23-24


A resposta daquela mulher ao Senhor nega de forma clara o poder e a presença de Deus. Suas palavras soam como se dissesse claramente: “Eu não acredito em Ti Jesus, mas sei que meu irmão irã ressuscitar no último dia”.
Em João 11.22, ela faz uma declaração absolutamente contrária ao propósito do evangelho, revelando ainda uma estreita ligação com seitas religiosas que acreditam na possibilidade de salvação mesmo após a morte física.


“E mesmo agora (após a morte do irmão) sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá”. João  11.22


Em João 11.39, Marta tenta impedir a operação milagrosa do Senhor, numa clara demonstração de resistência a autoridade divina e é repreendida pelo Mestre:


“Disse Jesus: Tirai a pedra. Marta, irmã do defunto, disse-lhe: Senhor, já cheira mal, porque está morto há quase quatro dias.”
 “Respondeu-lhe Jesus: Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?” João  11.39-40


                   Marta com certeza não viu a glória de Deus, pois, em JOÃO 12.1-3, na ceia de Lázaro, ela permanece dispersa e ocupada com os afazeres domésticos, não dando importância ao feito marcante do Senhor ressuscitando o irmão, e fazendo pouco caso da presença do Mestre.
Registramos a seguir as diferenças gritantes entre o comportamento de Marta e de Maria:


EM LUCAS 10.39-42


MARIA: senta-se aos pés de Jesus para ouvir a Sua Palavra.

MARTA: Reclama, murmura e questiona ao Senhor pela conduta da irmã, fazendo pouco caso da presença de Deus, dando mais importância aos seus afazeres domésticos.


EM JOÃO 11.21 e 32


MARIA:  Atira-se aos pés do Senhor adorando e depois faz uma confissão de confiança.

MARTA:  Antes de Maria, apressa-se a ir ao encontro de Jesus mas para criticá-lO e questionar a sua demora, como se tivesse autoridade sobre o Mestre.
Observe que ambas fazem a mesma declaração, no entanto o comportamento de cada uma imprime sentido absolutamente oposto nas palavras por elas pronunciadas.  


EM JOÃO 12.1-4


MARIA:  Unge o Senhor e mais uma vez se lança aos seus pés e depois os enxuga com os seus cabelos.

MARTA: Mesmo após presenciar o milagre de Jesus ressuscitando seu irmão, continua ocupada com seus serviços, não se importando com a presença do Senhor.



Assim concluímos que MARTA nos fala do ser humano que morreu espiritualmente e não ressuscitou nem ressuscitará, porque rejeitou a Palavra do Senhor, preocupando-se com as coisas materiais, julgando que a salvação se alcança pela prática de boas obras.



...CONTINUA....

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