quarta-feira, 11 de julho de 2012

O ENIGMA DOS PÃES MULTIPLICADOS - 1ª PARTE


O tema em destaque é mais um assunto que trato em meu livro, "Mitos, Enigmas e Mistérios no Jardim do édem", que também faço constar aqui no blog, cujo estudo será feito em 5 partes, como segue. 
       

1ª. PARTE:

         Invariavelmente, todas as palavras proferidas por nosso Senhor Jesus Cristo tiveram sempre o propósito de proporcionar ensinamentos a todos que delas tomassem conhecimento, em qualquer época.

         A cegueira espiritual imposta por ação do maligno contra a humanidade levou o ser humano a se voltar inteiramente para as migalhas por satanás oferecidas no mundo material e, com os olhos vendados, o homem fica impossibilitado de perceber o precioso conteúdo existente nas palavras do Senhor quando eventualmente, delas tomar conhecimento.
         Dos céus, o Criador de todas as coisas aquilatou os rumos a que a obra-prima de Suas mãos aderiu desde o dia em que passou a entender o que é certo e o que é errado.         O homem jamais buscou ao Senhor, assim nos ensina a palavra:
        
“Diz o néscio no seu coração: Não há Deus. Corromperam-se e cometeram abominável iniqüidade; não há quem faça o bem”.

  Deus olha lá dos céus para os filhos dos homens, para ver se há algum que tenha entendimento, que busque a Deus.

  Desviaram-se todos, e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um.  Salmo n.  53. 1-3


         Essa dura realidade fazia “sangrar” o coração de Deus, que via Sua criatura padecer nas garras do inimigo.  Isso mobilizou o nosso Criador no sentido de fazer algo em prol do homem que havia criado. Precisava socorrer a sua obra-prima.
Batalhar incessante e exaustivamente pela inutilidade, por algo de nenhum valor, por coisa nenhuma, por um caminho cujo fim era inevitavelmente a morte e a separação definitiva do Todo Poderoso, eis o troféu ofertado no império das trevas, pelo Imperador do mal.
Em meio a essas densas trevas, no reino do malfeitor, surgiu uma luz no oriente.  Na cidade de Belém, nasceu o Salvador.
         Jesus veio libertar os cativos das garras de satanás, restaurar a visão dos cegos, curar os enfermos e ensinar à humanidade qual é o verdadeiro caminho que conduz à vida eterna.
         Durante a Sua estadia aqui na terra, especialmente no período compreendido entre o início e o fim de Sua missão, o tempo todo o Senhor ensinava, quer seja nas sinagogas, no templo, no deserto, nos campos, nas cidades ou nos montes.
         Entre tantos outros preciosos ensinamentos, destacamos para este estudo a primeira e segunda multiplicação dos pães conforme relatos sagrados descritos nos evangelhos.

                            PRIMEIRA MULTIPLICAÇÃO

“Chegada a tarde, aproximaram-se dele os discípulos, dizendo: O lugar é deserto, e a hora é já passada; despede as multidões, para que vão às aldeias, e comprem o que comer.
 Jesus, porém, lhes disse: Não precisam ir embora; dai-lhes vós de comer.
 Então eles lhe disseram: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes.
 E ele disse: trazei - mos aqui.
 Tendo mandado às multidões que se reclinassem sobre a relva, tomou os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao céu, os abençoou; e partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos às multidões.
 Todos comeram e se fartaram; e dos pedaços que sobejaram levantaram doze cestos cheios.
 Ora, os que comeram foram cerca de cinco mil homens, além de mulheres e crianças.   Mateus  14.  15-21
 
                                      SEGUNDA MULTIPLICAÇÃO

“Jesus chamou os seus discípulos, e disse: Tenho compaixão da multidão, porque já faz três dias que eles estão comigo, e não têm o que comer; e não quero despedi-los em jejum, para que não desfaleçam no caminho.
Disseram-lhe os discípulos: Donde nos viriam num deserto tantos pães, para fartar tamanha multidão?
Perguntou-lhes Jesus: Quantos pães tendes? E responderam: Sete, e alguns peixinhos.
E tendo ele ordenado ao povo que se sentasse no chão,
tomou os sete pães e os peixes, e havendo dado graças, partiu-os, e os entregava aos discípulos, e os discípulos á multidão.
Assim todos comeram, e se fartaram; e do que sobejou dos pedaços levantaram sete alcofas cheias.
Ora, os que tinham comido eram quatro mil homens além de mulheres e crianças.
E havendo Jesus despedido a multidão, entrou no barco, e foi para os confins de Magadã.   Mateus  15. 32.39

         De início, cabe observar que como nos ensina o evangelho de João, os livros não comportariam todos os milagres feitos por nosso Senhor Jesus.

“Jesus, na verdade, operou na presença de seus discípulos ainda muitos outros sinais que não estão escritos neste livro;”
 “estes, porém, estão escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome”.
João  20.30,31

“E ainda muitas outras coisas há que Jesus fez; as quais, se fossem escritas uma por uma, creio que nem ainda no mundo inteiro caberiam os livros que se escrevessem”. João 21.25


         É curioso observar que as multidões não davam sossego a Jesus, e em qualquer lugar que ele estivesse logo as pessoas se aglomeravam para ouvir Seus preciosos ensinamentos.
         Essa grande verdade inúmeras vezes registrada nas escrituras, associada aos versículos imediatamente acima citados, proporciona-nos a certeza de que os milagres da multiplicação dos pães não aconteceram somente nas duas oportunidades lembradas nos evangelhos.
        Esses milagres da primeira e segunda multiplicação dos pães, foram registrados com o propósito de nos trazerem outros ensinamentos implícitos no seu conteúdo, além das preciosas orientações contidas no próprio ato sobrenatural.
Os Referidos milagres de fato nos trouxeram e nos trazem ensinamentos preciosos que marcaram a missão do Senhor aqui na terra e ainda nos revelam os resultados por ela alcançados, como veremos a seguir:




1  -    A PRIMEIRA MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES:


         No primeiro ato milagroso, o Senhor alimentou uma multidão de mais de 5(cinco) mil ouvintes, após verificar que a hora já estava avançada para que as pessoas pudessem retornar famintas para suas casas.
         O ato marcante praticado por Jesus nos traz ricas orientações no campo espiritual, as quais serão abordados com detalhes mais adiante.
Por hora, cabe enfatizar o feito maravilhoso, ressaltando a situação daquela multidão, a fome e as consequências que acarreta no corpo físico, a falta de alimento, e o agravamento de tais consequências quando o endereço da desnutrição é o espírito do ser humano.
         Quem ainda não experimentou passar pelo menos um ou alguns dias sem ingerir qualquer quantidade de alimento? Todos temos a certeza de que ninguém jamais gostaria de enfrentar a prova da fome.
         O horror das guerras travadas nos diversos pontos do planeta marca o destino de um povo. A fome é sempre uma consequência inevitável, que atinge impiedosamente quem nada tem a ver com o conflito, como é o caso da grande maioria da população de um país em confronto.
         Os países mais desfavorecidos estão a exibir para o mundo inteiro as vísceras de sua pobreza, recaindo sobre os filhos da terra a marca do desgoverno ou do egoísmo capitalista que privilegia o interesse de alguns enquanto a grande maioria amarga o exagero da fome no submundo da miséria.
         As cenas lamentáveis, chocantes e deprimentes percorrem o planeta nas asas da globalização, que torna público, num só instante, fatos ocorridos nos rincões mais distantes, em terras mais remotas ou nos continentes mais esquecidos.   
         Os meios de comunicações cada vez mais sofisticados que tratam dessa grave questão de uma forma estipendiária não perdem mesmo a oportunidade de lucrar em cima da dor, da agonia e do sofrimento alheio.
         De qualquer forma, o cenário da fome nos abate, faz-nos sofrer também, nos envolve de certo modo na mesma situação. Custa-nos muito caro ver nossos semelhantes sendo dizimados pela crônica desnutrição alimentar, presente em alguns países, especialmente do continente africano.  
         Fico pensando na dor e no sofrimento daqueles povos, especialmente nos pais e mães que assistem seus filhos se acabando por não terem absolutamente nada para se alimentarem, até porque também se acabam da mesma forma.
         Lembro-me de um fato que se passou comigo. Certa feita, exibindo um perfil de cidadão honesto e muito direito, resolvi desafiar uma autoridade que investigava a minha vida.

“O senhor jamais encontrará qualquer falha em minha conduta”, disse eu àquela autoridade.

Ao que me respondeu aquele senhor:

“Meu colega!..Nos somos muito honestos e muito direitos enquanto a necessidade não bater em nossa porta e enquanto não vemos nossos filhos passarem fome”.


         Tal afirmação criou em mim um sentimento de verdadeiro pavor, e nem de muito longe eu admitia suportar essa possibilidade.
         No entanto, nossos semelhantes, que vivem naqueles países marginalizados, convivem com esse drama 24 horas por dia. Não dá para calcular a dor daquela gente tão sofrida, marcada pela triste realidade da fome.
         A desnutrição física que leva o corpo à morte é de fato uma prova insuportável, dura de ver, tanto mais de superar.
        
         Contudo, um tipo de desnutrição, muito mais grave, não pode ser esquecido. Refiro-me à desnutrição espiritual. Essa traz consequências eternas.

A desnutrição física pode apenas antecipar o fim do corpo físico, cujo destino é a morte mesmo, e o desaparecimento total da matéria, que acaba se transformando em pó. Contudo, a desnutrição espiritual leva o espírito à morte eterna, a separação definitiva de Deus.

 A desnutrição física, de forma acentuada, ocorre em alguns pontos do planeta.  Contudo, a desnutrição espiritual acontece a um palmo de nossos narizes. Grande parte das pessoas que nos cercam está morta espiritualmente, porque não conhece ou não quer conhecer o caminho da verdade. Fisicamente estão “vendendo” saúde, mas não passam de cadáveres espirituais esbarrando conosco a todos os instantes.
Não suportamos nem mesmo admitir a hipótese de ver nossos filhos alcançados pela desnutrição física, no entanto, o Pai de todos os espíritos, o Criador de todas as coisas, assiste com o coração “sangrando e partido”, suas criaturas mortas espiritualmente, caminhando a passos largos para a perdição eterna.

Todos nós sofremos ao ver nossos semelhantes se acabando quando alcançados pela desnutrição física, e logo nos mobilizamos, no sentido de prestar algum tipo de solidariedade, se possível até fornecendo o alimento necessário para viabilizar a solução do problema, apesar disso, não nos importamos com as pessoas ao nosso redor, que estão mortas espiritualmente, necessitando urgentemente do alimento espiritual que lhes asseguraria a revitalização do espírito e consequentemente a vida eterna com Deus.
Nem sempre temos o alimento físico para oferecer, porém o servo de Deus, o discípulo de Jesus Cristo, tem a sua disposição uma mesa farta do alimento espiritual necessário para sua nutrição diária, bem como para a nutrição do semelhante que está morto espiritualmente e sem vida diante do Criador.

...CONTINUA....
      


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