quinta-feira, 25 de abril de 2013

VIVENDO NO ESPÍRITO





Para uma perfeita compreensão desse assunto, recomenda-se absoluta renúncia a qualquer expectativa carnal e intensa entrega a procedimentos inerentes ao comportamento de nosso espírito, aliás, essa preocupação norteou todo o trabalho empregado na elaboração deste estudo.
Deus é espírito e a nossa identidade deve revelar absoluta compatibilidade e sintonia com essa dimensão, nela procurando absorver as orientações divinas, pois o homem que anda segundo os conselhos da carne não compreende os assuntos espirituais.
O apego do ser humano aos vícios e defeitos carnais o mantém preso num patamar inferior, revel às diretrizes sagradas, afastado do Criador e absolutamente aquém das pretensões divinas, pois sendo o homem criado à imagem e semelhança de Deus - um ser espiritual - nesse nível deve se posicionar e como tal precisa se conduzir.  
         Do mundo material, o espírito humano deve pretender apenas o que for necessário à perfeita manutenção, bem-estar e sobrevivência do corpo, que é a sua casa, e ainda assim, sob absoluta dependência ao Todo Poderoso.

         Eis aí um mistério que nos desafia:

Abrir mão de todos os anseios carnais que desagradam a Deus, reduzir as pretensões humanas à vontade do Senhor, manter sob severa escravidão toda impetuosidade terrena, reservar ao todo Poderoso sempre o lugar mais importante de nossas vidas.
         Isso não quer dizer que devamos deixar nossas atividades cotidianas, cruzar os braços e esperar que Deus mande diariamente nosso sustento ou resolva nossos problemas sem que nos movamos.
Pelo contrário, o Senhor nos quer ativos e atuantes em nosso dia-a-dia, convivendo harmoniosamente com nossos semelhantes, especialmente se eles não forem conhecedores do evangelho de Jesus, pois assim serão beneficiados pela luz que de nós irradiar, e quem sabe, por meio de nosso testemunho, possam também vir ao conhecimento da verdade. 
Da mesma forma, não significa que devamos doar ou repartir todos os nossos bens. Tal atitude, se adotada de forma canhestra, não encontra amparo na Palavra de Deus.
Não obstante, devemos colocar tudo à disposição do Altíssimo e nos submeter inteiramente às pretensões divinas.
Note-se, todavia, que, o Senhor não anda à procura de bens materiais, até porque tudo Lhe pertence mesmo. Tudo que está em poder do rico ou do pobre sejam eles salvos ou perdidos, tudo é de Deus e vejam que tolice: o homem se apropria de um punhado de bens, senta sobre a vil matéria e grita bem alto agredindo ao próprio peito, desejando que muitos o ouçam: “Isso tudo é meu, eu adquiri com meus esforços”.
Quanta ignorância! Não percebe o insensato que, se tem alguma coisa, é porque o Senhor lhe permitiu que tivesse, contudo, o que faz é virar as costas ao Criador e até se transforma num inimigo dAquele que tudo lhe dá, não somente as riquezas materiais, mas principalmente a vida e a saúde que lhe permite desfrutar de tudo que adquiriu.
O que o Senhor procura no ser humano é um coração puro, reconhecedor de sua incapacidade, da sua condição de pecador e que, sem o poder de Deus, nada pode fazer.  
         A conclusão única que se extrai desse raciocínio é: Deus deve estar sempre em primeiro lugar, eis a coordenada que precisa reinar sempre na vida de cada ser humano que se proponha a andar com o Senhor e viver no espírito. Veja o ensinamento:

“Assim, pois, todo aquele dentre vós que não renuncia a tudo quanto possui, não pode ser meu discípulo”. Lucas 14.33

         O homem que de tal maneira procede, será sempre rico em todos os aspectos. Terá abundância de paz, alegria, satisfação espiritual e ainda poderá ser farto de bens materiais.

         Disse-nos, claramente o Senhor Jesus:

“E todo o que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras, por amor do meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna”. Mateus 19.29
        
É importante observar que o ser humano que faz a vontade de Deus vê satisfeitos todos os seus anseios espirituais e ainda poderá ser farto dos bens materiais segundo o que deseja o seu coração, ao passo que, o homem essencialmente carnal jamais encontrará a paz, buscará intensamente a felicidade e não a encontrará, andará perdido e errante, além disso, jamais se fartará das riquezas que vier a possuir, as quais farão dele uma pessoa absolutamente infeliz.
         A Palavra do Senhor orienta claramente sobre esse assunto tão importante, mostrando a inutilidade das coisas materiais. Vemos diariamente se cumprirem na prática tais ensinamentos.
Nossos olhos chegam a se cansar de tanto ver pessoas se enriquecendo no seu dia-a-dia, batalham, lutam intensamente, levantam-se de madrugada, o dia é curto, adentram à noite, quase não dormem e quando chega à hora de desfrutar o gozo de seu trabalho, vem o esgotamento físico, a doença e por fim a morte ficando tanto patrimônio que tão caro custou em poder de quem nem um pouco trabalhou: um filho, um genro ou mesmo um parente distante que, por não conhecer os caminhos da herança recebida, na maioria das vezes põe tudo a perder da noite  para o dia.
Entretanto o ser humano não se dá conta de que está no caminho errado, insiste no erro e não se volta para Deus. É a ação maligna vedando os olhos do homem, impedindo-o de ver claramente que todo caminho e toda luta sem a presença do Senhor é irremediavelmente vã, enfadonha e inútil.
Viver no espírito significa deixar o Senhor dirigir sempre as nossas vidas, orientar nossos atos, purificar nosso ser, é viver sob a direção do Santo Espírito de Deus.
         Mesmo o crente já conhecedor da verdade, que se apega ao seu patrimônio terreno e se mistura com seus bens materiais experimentará toda a inutilidade inerente às coisas carnais. Tornar-se-á numa pessoa avarenta e não enxergará jamais um palmo na frente do nariz;  ensina-nos a Palavra de Deus que aquele que amar as riquezas não se fartará delas(Eclesiastes 5.10). 
         O referido cristão terá um coração de pedra, jamais se compadecerá de um irmão desfavorecido, nunca conhecerá o sentimento de solidariedade. Será um verdadeiro escravo de seus bens materiais e o mais grave: sua conversão é duvidosa, pois não pratica a vontade do Senhor e nem se lembra das diretrizes divinas abaixo descritas:
        
Amar a Deus sobre todas as coisas, de toda a tua alma, de todo o teu coração, e de todo o teu entendimento e com todas as tuas  forças”
“Amar ao próximo como a ti mesmo”.

         A observância de tais mandamentos e a aplicação dos mesmos em nosso dia-a-dia nos arrebata de maneira definida do mundo material, levando-nos a um ponto mais alto, fazendo-nos despertar num nível superior, direciona nossos passos nos caminhos do espírito, onde opera a perfeita vontade do Todo Poderoso.
         Quem vive nesse território sublime e tão desejado, com certeza compreenderá melhor os santos ensinamentos da Palavra de Deus, como por exemplo:

1 - Ação da viúva pobre que deitou apenas duas moedas de oferta no templo:


“E sentando-se Jesus defronte do cofre das ofertas, observava como a multidão lançava dinheiro no cofre; e muitos ricos deitavam muito.

Vindo, porém, uma pobre viúva, lançou dois leptos, que valiam um quadrante.
E chamando ele os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deu mais do que todos os que deitavam ofertas no cofre;
porque todos deram daquilo que lhes sobrava; mas esta, da sua pobreza, deu tudo o que tinha, mesmo todo o seu sustento.  Marcos 12. 41- 44.

Eis aí o exemplo de um coração inteiramente voltado para Deus, de alguém que amou ao Senhor mais do que qualquer outra coisa, pelo que recebeu de Jesus a justificação. 
Aquela viúva não se preocupava com o dia seguinte, nem se atinha aos cuidados dessa vida. Ela esperava sempre no Senhor, e nEle depositava toda a sua confiança. Eis porque doou tudo que possuía, pois tinha total convicção de que o Criador dos céus e da terra não deixaria lhe faltar absolutamente nada.
Esse é o comportamento que agrada a Deus.  Assim ensinou-nos o próprio Senhor Jesus:

“Por isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário?
 Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta.  Não valeis vós muito mais do que elas?
  Ora, qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura?
  E pelo que haveis de vestir, por que andais ansiosos? Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam;
  contudo vos digo que nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles.
  Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé?
  Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? ou: Que havemos de beber? ou: Com que nos havemos de vestir?
 (Pois a todas estas coisas os gentios procuram.) Porque vosso Pai celestial sabe que precisais de tudo isso.
  Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
  Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal”. Mateus 6. 25-34


O Senhor nos oferece nos ensinamentos acima citados o roteiro  completo a ser utilizado por todo aquele que pretender viver no espírito.
Eis o caminho onde existem com abundância as situações de paz, alegria, felicidade, satisfação da alma e do espírito pelas quais de fato anseia o ser humano, mas infelizmente todos buscam tais condições insistentemente em direções contrárias no mundo das trevas onde não opera a vontade do Criador.    
                                

2  -   O mancebo de qualidade:


“E eis que se aproximou dele um jovem, e lhe disse: Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna?
  Respondeu-lhe ele: Por que me perguntas sobre o que é bom? Um só é bom; mas se é que queres entrar na vida, guarda os mandamentos.
  Perguntou-lhe ele: Quais? Respondeu Jesus: Não matarás; não adulterarás; não furtarás; não dirás falso testemunho;
  honra a teu pai e a tua mãe; e amarás o teu próximo como a ti mesmo.
  Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado; que me falta ainda?
  Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, segue-me.
  Mas o jovem, ouvindo essa palavra, retirou-se triste; porque possuía muitos bens.

 Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no reino dos céus”. Mateus 19.16-24
        
Nesse exemplo, o jovem citado amou mais os bens materiais do que as bênçãos celestiais, o que mereceu do Senhor uma séria observação:

“Dificilmente um rico entrará no reino dos céus”

         Esse ensinamento não está demonstrando que as pessoas de muitos recursos estão excluídas do plano de Deus. Não, absolutamente não. O plano de salvação criado por Deus alcança a todos os seres humanos indistintamente.
Tal ensinamento demonstra, contudo, claramente o destino daqueles que confiam em suas riquezas, que amam mais os bens materiais do que as bênçãos celestiais.
         Infelizmente até mesmo as igrejas estão cheias de pessoas assim, que amam mais as riquezas seculares e os cuidados deste mundo do que a obra de Deus.
         Se fizéssemos aos irmãos a pergunta: Quantos poderiam afirmar com convicção e dizer com toda propriedade?

“se eu sentir que a vontade do Senhor é que renuncie a tudo que tenho, todos os bens materiais, estarei pronto a obedecer.” 

         Certamente ficaremos impressionados com a quantidade de pessoas que retornariam para suas casas tristes e abatidas, exatamente como fez aquele mancebo de qualidade acima citado, pois na verdade Deus para elas está em segundo plano, não ocupa o primeiro lugar em suas vidas. Essa é uma dura realidade. Na verdade esse mal acomete inclusive a vida de muitos lideres evangélicos.
A questão não se resume apenas aos bens materiais. Existe uma infinidade de situações que recebem tratamento especial e os assuntos do Senhor ficam para depois.
É o caso daqueles que deixam de ir à igreja para assistirem a um futebol, ou realizar um negócio, ou visitar um amigo, ou ver televisão, etc. e, se sobrar algum tempo, aí sim, irão assistirem a um culto, ou se lembrarem lerão a bíblia e raramente se recolhem em momentos de oração.
 Com certeza o Senhor está farto de ver os rituais nas diversas denominações, em que o farisaísmo domina todos os trabalhos do princípio ao fim, a religiosidade é a doutrina dominante e ai do pregador que estender um pouco mais o culto, pois os compromissos seculares comprimem a palavra de Deus, reprimem os corações mais interessados, transformam numa dura obrigação o ato de servir ao Senhor dos Exércitos.


Que pena! Quantas bênçãos o povo de Deus está perdendo por conta de tais procedimentos.

 
  Um filho de Deus não pode se comportar dessa forma. O crente deve ser uma pessoa apaixonada pelo Criador, precisa servi-lO com dedicação, amor e alegria. Estar reunido com os irmãos para louvar e adorar ao Senhor tem de ser, antes de tudo, motivo de satisfação e grande prazer.
                  

3   -   A Pregação de João Batista no deserto:



Também já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo.
Ao que lhe perguntavam as multidões: Que faremos, pois?
Respondia-lhes então: Aquele que tem duas túnicas reparta com o que não tem nenhuma, e aquele que tem alimentos, faça o mesmo.
Chegaram também uns publicanos para serem batizados, e perguntaram-lhe: Mestre, que havemos nós de fazer?
Respondeu-lhes ele: Não cobreis além daquilo que vos foi prescrito”.  Lucas 3.9-13.

         O texto sagrado acima citado evidencia, em letras garrafais, a orientação de como se cumprir fielmente o segundo maior mandamento anunciado pelo nosso Senhor Jesus Cristo do qual fizemos referência em página anterior: “Amar ao próximo como a si mesmo”.
         Quem vive no espírito sabe como praticar esse mandamento tão importante, e, além de não ter a menor dificuldade em cumpri-lo, tem, na verdade, prazer em assim proceder. 
         O comportamento cristão conduzido nessa dimensão “transporta-me” ao tempo dos apóstolos. Os relatos sagrados revelam de forma generosa a conduta dos primeiros seguidores de nosso Senhor Jesus, fazendo-nos ver com absoluta nitidez que os precursores da pregação do evangelho de Cristo viviam de fato no espírito.  
         A Igreja primitiva praticava com fidelidade os mandamentos sagrados acima referidos.
Os irmãos daquela época se ajudavam mutuamente. Aqueles que detinham mais recursos disponibilizavam seus pertences e a família de Deus era unida, o amor fraterno operava abundantemente entre os irmãos, os crentes eram comprometidos com a vontade do Criador.
Na verdade, o sentimento de solidariedade reinava entre os irmãos os quais buscavam praticar o amor ao próximo de forma genuína, especialmente com aqueles que ainda não conheciam o evangelho.
         O convívio dos apóstolos com o próprio Senhor Jesus, vivendo o dia-a-dia do Mestre, facilitou o aprendizado, criou um sentimento genuíno e vibrante em nossos irmãos que se entregaram de corpo e alma à tarefa de divulgar as orientações do Senhor e o evangelho era pregado e praticado em toda a sua essência.
Infelizmente, na pregação do evangelho hoje em dia não existe uma unidade salutar. Boa parte dos ensinamentos anda um tanto quanto adulterada, muitas denominações têm se deixado contaminar, a religiosidade e o farisaísmo agridem a essência dos preceitos sagrados. Prestigia-se acentuadamente o sistema, cria-se regras e normas com a “cara” do homem, mas o evangelho simples, verdadeiro e genuíno direcionado pelo Espírito Santo de Deus está esquecido, desprestigiado e impedido de se manifestar.
Eis a razão que impede uma ação mais presente do Senhor. Eis porque orações não são respondidas. Eis o motivo pelo qual não vemos mais sinais e prodígios entre o povo de Deus, e quando questionamos a esse ou aquele irmão, esses nos informam sempre sem convicção nenhuma: “Tais fatos, são coisas do tempo antigo, a época desses acontecimentos passou com o passamento dos apóstolos”.

Pelo visto, para esses amados irmãos, o Deus daquela época não é o mesmo de hoje. Não se pode saber onde está firmado o fundamento de suas convicções.

Precisamos resgatar a essência do evangelho, precisamos voltar ao tempo dos apóstolos, e praticar os ensinamentos do Senhor como faziam nossos irmãos do passado.
Se assim o fizermos, se praticarmos os mandamentos acima referidos, se vivermos de fato em espírito sepultando os vícios e defeitos da carne, com certeza iremos ver novamente os mesmos sinais e prodígios que experimentou a igreja primitiva, uma vez que o Deus de nossos dias é o mesmo de ontem e daquela época, pois o Senhor não muda, é o mesmo, ontem, hoje e eternamente.
         Finalizando é oportuno meditar nos seguintes versículos:


“Digo, porém: Andai pelo Espírito, e não haveis de cumprir a cobiça da carne”. Gálatas 5.16

“Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para obedecerdes às suas concupiscências”.Romanos 6.12

“para que a justa exigência da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito”.

Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.  Romanos  8. 4 e 14.


AMÉM







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