domingo, 8 de dezembro de 2019

NOSSO QUERIDO LOGAM


Querido Logam, por que você se foi?
Por que você resolveu partir agora?
Thiago, Daniel, Samuel, Fátima , eu e as noras,
Pensamos em você todo dia e a toda hora.
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Querido Logam, cadê suas manias?
Cadê sua bravura que me fazia companhia?
Cadê sua força que me seguia todo dia?
Cadê seu temperamento forte e toda a sua alegria?
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Suas peraltices jamais serão esquecidas,
Desde o começo e por 10 anos de vida,
Sempre presente em nossas idas e vindas,
No campo ou na praia sua presença era garantida.
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Em qualquer lugar que fosse, sua marca ficava,
Onde passava sua beleza e presença, encantava,
Nem podia ver um gato que logo, furioso ficava,
Mas fazia com o Messi, uma parceria que marcava.
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Suas façanhas foram tantas que se perde a conta,
O espaço aqui fica pequeno para todas contar,
Mas algumas merecem destaque, entre outras tantas,
Para resumidamente, um pouco de sua história mostrar.
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Sua luta com um Ouriço, quase lhe tirou a vida,
Tamanha a sua fúria que contra os espinhos investia,
O espinhento animal, morre mas jamais foge da briga,
E para tirar os espinhos cravados em você, foi preciso forte anestesia.
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O Mão Pelada, que o quintal invadiu, teve a mesma sorte,
Entrar na sua casa sem permisão , era risco de morte,
E não foi outro o desfecho, na madrugada a luta se travou,
E na manhã seguinte o resultado se constatou.
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Foram tantas as suas aventuras, amigo Logam,
E uma delas destaque muito especial merece,
As lembranças chegam e as lágrimas no pranto brotam,
Pois seu comportamento amoroso, a todos enternece.
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Foi bem numa tarde, quando, como de costume
Saíamos a pacear, e conhecer os limites da fazenda,
Bastava eu começar a me preparar e você já se alegrava,
Saía catando os objetos e curioso indicava a melhor senda.
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Mas naquela tarde algo bem inusitado aconteceu,
Quando chegamos na beira do açude no lado oposto,
Um lote de garrotes, bebiam e ocupavam o caminho seu,
Isso o incomodou e o deixou inquieto demonstrando todo desgosto,
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Num gesto quase que de proteção, parecia me dizer:
"Espere...deixa eu ir na frente, pode ser perigoso, vou lhe proteger".
Os animais, assustados se dispersaram do lugar,
Mas um garrotão já boi erado, resolveu nos enfrentar.
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Beirando o açude, o boi enfurecido veio na minha direção;
Numa fração de segundos, na queixada do animal, os dentes você cravou;
O garrote brigava, com você no queixo travado, sobre mim se atirou,
Caimos todos no açude, eu e o boi com você nele pegado.
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Já na água, no meio do açude, a luta intensamente continuou,
Num dado momento, indo ao fundo e voltado, vi que o boi sucumbia,
Com isso, resolvi me afastar, nadando saí da agua e socorro fui buscar,
Deixei a luta travada, com o boi se afogando e você nada de soltar.
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Logo voltei com um companheiro da fazenda para ajudar,
Mas no caminho de volta, vi que você já vinha ao meu encontro,
E quando nos encontramos um olhar solicito você me endereçou,
Parecia, como se gente fosse, me perguntar: "está tudo bem com o senhor?"
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Entendi naquele instante o quanto era forte o seu instinto de defesa,
Você seria capaz de dar a própria vida, para me proteger ou a qualquer um da familia,
E naquela hora, ao investir contra mim, o garrote não estava no seu dia,
E teve a sorte selada, e sua fama de bravo cresceu na redondeza.
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Porque você se foi Logam,

Porque resolveu partir agora???










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