domingo, 3 de maio de 2009

A DEVOLUÇÃO DO DÍZIMO

Aqui está mais um tema que tem chamado muito a minha atenção.

Em geral, para sustentar a devolução do dízimo, temos observado que os irmãos se valem do Escrito Sagrado definido nos relatos de Mal. 3.10 e Mat. 23.23.

Ora, com efeito, tais Escrituras estão fragilizadas para transportar aos nossos dias, referido ordenamento sagrado.

A explicação é muito simples: Ambos os textos se reportam a um pacto ultrapassado e ab-rogado, pelo novo pacto estabelecido por nosso Senhor Jesus Cristo (heb. 7.18).

O Texto de Ml. 3.10, foi produzido no curso do citado Pacto, e quase sempre as revelações sagradas pertinentes à época continham estreita sintonia com o funcionamento do sistema em vigor, em que pese, o fato de serem oferecidas como figuras para ensino do ser humano em geral e de todos os tempos, pois, afinal o próprio Sacerdócio levítico era uma figura do verdadeiro e eterno Sacerdócio.

O mesmo se pode deduzir sobre o Escrito Sagrado de Mat. 23.23, ainda que, nesse caso, o ensino tenha sido produzido pelo próprio Senhor Jesus.

Considere-se, todavia, que Jesus viveu sob a Lei, foi o cumpridor da Lei, e ensinava também a cumprir rigorosamente a Lei, que entre tantos outros ordenamentos, continha a obrigação de se recolher o dízimo.

Logo, poder-se-ia dizer que, no citado texto sagrado, o Senhor orientava a obediência à lei.

Depreende-se daí que a utilização de tais Escrituras nos impõe um roteiro muito longo, na busca pela compreensão do assunto.

Assim, aqueles que de forma contumaz questionam as ordenanças sagradas, conseguem derrubar, a devolução do dízimo em face da ausência de um argumento mais convincente que possa esclarecer as suas dúvidas e terminam resistindo a esse tão importante mandamento do Senhor.

Ora, o equivoco existe, não na devolução do dízimo, que é perfeita, mas no fundamento que se utiliza para se sustentar essa orientação sagrada.

O Sacerdócio levítico, encabeçado por Arão, foi sepultado no sacrifício de Jesus Cristo, logo não há que se falar em dízimos, tomando como âncora, escritos que se reportam ao velho pacto que deixou de existir, uma vez que existem orientações mais contundentes, fundamentando o assunto.

Pelo que, a obrigação de se devolver o dízimo, permanece em nossos dias, sem a menor sombra de dúvidas.

Vale dizer que o dízimo não foi instituído juntamente com o sacerdócio levítico.

Essa prática transcende as datas em que foram definidos os dispositivos legais sagrados do velho testamento.

O Sacerdócio levítico começa em Arão e termina em Jesus Cristo.

Existe, no entanto, um outro Sacerdócio, que já existia muito antes do Sacerdócio levítico, aliás, esse não tem nem princípio e nem fim, definido nas Escrituras como a “Ordem de Melquisedeque”. De lá vem a orientação sobre a devolução do dízimo.

O Santo Espírito de Deus, como que, querendo deixar-nos a recomendação sobre o sagrado ensino, orientou ao Patriarca Abraão que recolhesse os dízimos ao Sacerdote Melquisedeque (Gn 14. 18-20).

Ora, o sacrifício de Jesus Cristo, ab-roga o Sacerdócio levítico, mas confirma o Sacerdócio de Melquisedeque. ( Hb 7).

Assim, o dízimo deveria ser recolhido pela nação física de Israel ao Sacerdócio segundo a ordem de Arão, que foi o primeiro sacerdote levítico.

No entanto a nação espiritual de Israel, o Israel de Deus, em fim os crentes em geral, devem recolher o dízimo ao Sacerdócio instituído segundo a ordem de Melquizedeque que tem hoje como sumo Sacerdote nosso amado Salvador o Senhor Jesus Cristo.

Concluindo, os textos sagrados de Ml 3.10 e MT. 23.23, estão fragilizados para sustentar a devolução do dízimo, porque produzidos na evidência de um Sacerdócio que fora extinto, ainda que, repito, seja uma figura do verdadeiro e eterno Sacerdócio.

O que de fato fundamenta hoje a prática dessa importante orientação sagrada é o texto de Gn 14.18-20; Hb. 7 e o fato de que o dízimo é uma direção sagrada instituída muito tempo antes do Sacerdócio levítico, e deve ser recolhido ao Sumo sacerdote Jesus Cristo, através de seus representantes na direção das igrejas, cujo Sacerdócio é eterno e permanece para sempre.

Eis porque, todo seguidor de Jesus Cristo precisa recolher tempestivamente o dízimo de todas as receitas que vier a obter.



4 comentários:

Priscila Gonçalves disse...

gostei de sua visão...

Realmente os textos citados são de um propósito específico e temporal e regional.
Específico: pois dizia respeito a edificação do templo (Ex.: ml 3.10)
Temporal: pois era uma necessidade naquele tempo;
e Regional: pois era direcionado a nação de Israel.
De certo esse texto não pode ser usado para sustentar a obrigação do crente atual de dar o dízimo.
Mas isso não significa que não temos deveres perante o Senhor. Jesus ampliou de modo magnífico todas as leis e mandamentos do AT.
Sendo assim a obrigação do crente nos dias atuais, é de que TUDO é para o Senhor, não somente os tão temidos 10%...

Que Deus te abençoe!

Anônimo disse...

BOM DIA IRMÃO, MUITO BOM O SEU ESTUDO JOAQUIM, MAS SE ME PERMITE FAZER UMA COLOCAÇÃO EM FORMA DE PERGUNTA:

JESUS É HOJE NOSSO SUMO SACERDOTE E INTERCEDE POR NÓS PERANTE DEUS CONFORME Hb 7:24-27, ENTÃO MESMO ESTANDO NO CÉU ELE NECESSITA DE DÍZIMO ASSIM COMO MELQUISEDEQUE PRECISAVA NAQUELA ÉPOCA ?

DESDE JÁ AGRADEÇO AO IRMÃO A ATENÇÃO.

Anônimo disse...


Em tempo: Estou postando o mesmo comentário mas com a pergunta mais bem formulada do que a que mandei.


Boa tarde irmão,

Muito boa a elaboração desse estudo, mas gostaria de fazer uma colocação em forma de pergunta:

se Jesus é hoje nosso sumo sacerdote perante Deus e intercede por seus servos(Hb 7:24-27) no santuário não feito por homens(Hb 8:2) teria ele necessidade de dízimo assim como melquisedeque precisava naquela época?

Desde já agradeço a sua atenção meu irmão.

Joaquim José Tinoco de oliveira disse...

Prezado amigo anônimo,

Boa tarde,

Não podemos esquecer q Jesus Cristo espiritualmente falando é a própria Palavra do Senhor(João 1.1;Hb. 1.1), que precisa ser pregada e divulgada.

Assim, a devolução do dízimo se faz necessária, para que possa haver recursos que façam frentes as despesas necessárias com o trabalho de divulgar a Palavra.

um forte abraço