MEU QUERIDO E AMADO CRIADOR!..
A  obra da criação impõe pressupostos peculiares, que marcam o capricho da  perfeição divina, implodindo as vertentes da imaginação humana, quer  seja:
No exame de um microscópico ser ou no estudo que se faz sobre um vivente superior;
Na  infinidade de informações que existem no conteúdo de uma célula ou na  função sincronizada e sobrenaturalmente organizada dos diversos órgãos  que impulsionam a vida dentro de um corpo;
Na  mais simples partícula da matéria inanimada ou na admiração que se  expande pelo espaço afora, rumo aos sistemas planetários ou as galáxias  mais longínquas que se estabelecem muito além do alcance dos meus olhos.
Na  minha discreta e submissa arrogância espiritual, percebo que o louvor  de todos os feitos, e a coroação absoluta de tanto requinte se convergem  para a Tua obra-prima Senhor, e em qualquer ato de Tuas mãos, meu amado  Criador, se sobrepuja a sabedoria infinita assistida pela santidade  suprema que sempre cerca o Teu trono de graça, e opera no espaço  absolutamente distante dos limites da percepção humana.
Mesmo assim eu insisto e me atrevo a contemplar.
Os  olhos atentos e suplicantes; as palavras transbordando no intelecto,  construídas no mais profundo do meu ser, se materializam no receptor  inanimado pela ação da própria língua como uma “pena” bem definida que  imprime na base móvel a sincera e fiel expressão do inexplicável e  sublime abstrato e assim eu sigo rompendo os limites da minha própria  imaginação e alongando as fronteiras dos meus solícitos pensamentos.
Não  me contento com esse mundo material que é tão rico e tão encantador,  tão nobre e tão enigmático, tão completo e tão perfeito, pelo qual se  desmancham e incondicionalmente se curvam os meus olhos aflitos, mas,  não pode comportar e nem oferecer as respostas aos reclames do meu  espírito, ávido por conhecer mais e muito mais da Tua plenitude, meu  amado Criador.
Nessa  busca alucinante, num ponto qualquer de toda a expansão eu me  estabeleço, em algum lugar nesse esplêndido e inexplicável universo eu  cravo uma minúscula e remota base de observação.
Segue  em minha companhia a convicção mais forte que domina o coração do filho  que ama ao pai e cultiva a paixão que cresce, a cada instante, na  medida em que, avança na direção sagrada e vai registrando os detalhes  que fascinam, ou se demora apaixonado na presença contagiante de um  espetáculo indescritível, em meio a tantos outros que da mesma forma  exibem com a maior naturalidade a infinita perfeição.
A  incontrolada admiração me arrebata no próprio tempo, deixa-me atônito e  extasiado, quase que sem forças para continuar a busca, e por mais que  eu encontre, muito pouco caminhei e tanto mais tenho a encontrar e me  vejo absolutamente rendido, aos pés de cada feito Teu, oh! Senhor de  todas as coisas.
No  antagonismo das dimensões eu procuro administrar o conflito de  entendimento que surge no meu pequenino e tão curioso ser; sinto que  algo me incomoda; pré-sinto a aproximação de uma terrível nuvem negra;  revejo as minhas bases, reforço o bloqueio que obstrui a vaidade e  renovando o sacrifício dos velhos hábitos e antigos desejos, sigo  rompendo determinado e colhendo cada partícula do verdadeiro  conhecimento que produz a alegria que tanto preciso e satisfaz a minha  alma, certo de que nesse caminho que abracei não existe espaço para as  migalhas efêmeras de Satanás.
Ao  sabor das Escrituras vou descobrindo novos horizontes e acumulando na  dimensão do tempo riquezas que nem o ouro mais puro ou a mais preciosa  pedra pode, sequer de muito longe espelhar e ao distanciar-me do mundo e  do próprio homem que sou, meu amado Criador, encontro nos Seus braços  um lugar todo especial de onde posso ouvir da tua boca, em segredos, os  Teus preciosos e maviosos ensinamentos.
Nesse  lugar sagrado eu encontro uma cama sempre preparada para o descanso da  jornada tão dura, na qual, sob Tua preciosa orientação e suprema  proteção, vou rompendo obstáculos e superando todos os inimigos.
Vejo  ainda uma mesa farta do alimento de mais puro paladar, mais doce do que  o mais saboroso mel, que revigora o meu tão pequenino ser me  transformando num gigante que não se importa e nem se preocupa com a  dimensão do vento contrário e nem dá ouvidos a rumores de tempestades, e  mesmo que no meio delas eu me encontre, sigo rompendo altaneiro, como  se nada estivesse havendo.
No  mesmo lugar eu encontro uma cadeira onde eu posso me assentar,  acomodando-me para absorver as instruções sagradas, e ainda uma Luz bem  clara que alumia a minha alma, desvanece o meu Ser e clareia os meus  passos nesse caminho tão belo, tão desejável, que tanto bem me faz,  lastreado e definido na pessoa de Teu amado Filho, meu adorado Criador.
Na  proteção dos Teus muros eu me refugio e dentro desse Forte eu encontro a  tranqüilidade, mesmo cercado pela insistente tribulação que explode a  todo instante nas paredes da Tua Fortaleza e nem sequer me assusta; a  segurança percorre as minhas veias e passeia nas entranhas do meu tão  frágil ser.
Na força do  Teu poder eu me agasalho e a paz duradoura domina os meus pensamentos  contagiando e envolvendo toda a minha estatura.
Na  sombra das Tuas asas eu vou caminhando e experimentando em cada passo a  felicidade plena que somente existi na Tua presença, meu querido e  adorado Senhor.
A alegria  incontida me faz cada vez mais vibrante e em busca do ensino mais  profundo eu sigo obstinado, mas de repente um ponto obscuro e  inexplicável retém os meus olhos, reduz os meus passos e trava os meus  pensamentos.
Algo absolutamente distante e destoante de tudo que venho contemplando me chama a atenção.
Intrigado  e perplexo eu me aproximo e percebo as marcas do sangue pisado na  extensão do firmamento, com muitas lágrimas misturado.
Por quê? Pergunto estremecido, Porque meu adorado Criador esse desastre foi acontecer?
Justamente no ponto mais alto da Criação uma terrível mancha se instalou. Não podia o poder supremo impedir o feito nefasto?
Oh!  Meu adorado Criador a Tua obra maior foi contaminada, porque? Porque?  Porque? Eis a Insistente indagação deste humilde observador.
Nesse  paroxismo intrigante, estacionado no endereço distante, perplexo sem  poder seguir adiante, Tu me respondes com a voz embargante, tão doce e  com a ternura marcante, que nasce abundante, no Teu trono de graça, meu  adorado Criador.
Entre tantos atributos destinados a Tua obra-prima, o livre arbítrio se destaca de forma impressionante.
No meio da informação sagrada, sinto a Tua voz embargada ingressar nos meus ouvidos atentos, dizendo-me melancolicamente:
“Meu  filho..., tudo entreguei nas mãos do ser humano que criei. Dei à obra  prima dos meus feitos a autoridade absoluta e a ela sempre destinei a  intensidade do meu amor e Eu respeito as suas decisões.
Ao criar o homem, diante dele coloquei a vida e a morte.
Apresentei  as diretrizes sagradas que deveriam ser seguidas cuja correta  observância proporcionaria a vida perfeita e abundante, mas a  desobediência acarretaria inevitavelmente a morte.
Conhecendo as conseqüências de uma e de outra opção, ainda aconselhei:
“Escolha a vida para que vivas”.
O homem desobedeceu e isso foi uma atitude espontânea, contra a qual nada posso fazer.
Não  posso tirar a autoridade que Eu mesmo dei, ainda que me doa tanto, ver  os efeitos do mal feito naquilo que foi criado perfeito.
Nos  dias de sua vida na carne o ser humano é senhor de si mesmo. Por mim,  que sou Deus, foi criado e como deus o homem viverá. Seus atos serão  sempre respeitados.
A  desobediência gerou a morte e isso fez sangrar meu coração de Pai; uma  dor profunda atingiu a minha alma e nem a lamina mais afiada, cortante e  impiedosa na carne tão frágil, pode sequer imitar o sofrimento atroz  que me trouxe o ato nefasto e as lágrimas encheram o meu pranto.
Embora,  como Deus que sou nada pode me doer mais forte do que a morte do meu  amor, que na dimensão do infinito se estende por um grito no sangue  goticulado que deveria ser apenas suor.
A  dor produziu a lágrima e o pavor da solidão que vinha me trouxe antes  uma terrível agonia, que nenhum sofrimento pode medir, nem sequer, de  muito longe exprimir a dimensão das trevas, no meio das quais, por tanto  amor, Eu desci.
A  morte operou inevitavelmente, a separação e a perdição eterna passou a  ser o destino do meu feito maior e algo extremamente penoso precisou ser  realizado.
Com  o coração sangrando, na extensão da tragédia me envolvi, meu querido e  amado filho sempre obediente estava logo ali pronto a corrigir o dano,  mesmo sabendo que para aperfeiçoar o imperfeito, da vida precisava sair.
Morto, na morte não podia viver a obra mais cara das minhas mãos.
Nas  trevas, enegrecido ficou o endereço de todo o meu amor. Isso me levou a  tomar a decisão mais dura, o ato mais triste que se mede pela dor  suprema muito além de sua imaginação, para reparar o feito que ao mundo  inteiro contaminou.
Para  trazer da morte o morto, Eu mesmo tive de morrer, na pessoa do meu  Unigênito filho. Isso explica o ponto obscuro de sua observação.
As  marcas de sangue que viste, representa o sangue derramado na cruz do  calvário, ato que foi feito exclusivamente para salvar a sua alma e a  alma de todo pecador.
O  espaço negro permanece para que todo ser humano seja lembrado um dia,  da obra redentora de Meu filho amado, e a dor persiste, com as lágrimas  no sangue vertidas, porque muitos continuam no pecado e longe da minha  presença não aceitando o sacrifício feito na cruz.
Com  o pecado e a morte de toda a humanidade, Meu filho Jesus seguiu ao  inferno, mas, Ele era puro e jamais pecou pelo que superou a morte e o  inferno e de lá retornou vitorioso, proporcionando vida a todos que  aceitarem a substituição feita no Calvário.
Vejo  meu amado Criador, que a morte de Seu filho, marcou o ponto negro da  criação e de toda a divindade, mas a ressurreição do Senhor trouxe de  volta a perfeição suprema e coroou de glórias e de honras o feito mais  forte das Tuas mãos e satanás envergonhado ficou no próprio ato de  imperfeição que foi aperfeiçoado na extremidade do Teu amor.
Pensando  no gesto supremo, me perco na extensão do feito sagrado e me ponho a  perguntar: O que seria de mim e de todo pecador, não fosse o Seu amor  infinito?
A ausência  absoluta de Deus em nossas vidas, a morte eterna era o nosso destino e  continua sendo para todos quantos permanecem arredios à obra redentora  de Jesus.
A renúncia de  Teu próprio filho enviando-o a este mundo, para morrer em meu lugar,  representa de fato a expressão máxima do desprendimento divino. Não  existem palavras que possam expressar a dimensão do ato sagrado que  trouxe tanto bem a todos os homens.
Fico  perplexo e aflito meu amado Criador, ao assistir a todo instante, a  opção do ser humano, que ao rejeitar a obra redentora de Jesus Cristo,  escolhe na verdade, a morte ao invés da vida, troca a luz pelas trevas,  deixa a fonte da água mais pura e vai em busca de cisternas secas e  rotas e troca o alimento que verdadeiramente satisfaz pelas migalhas  efêmeras de satanás.
OH  Senhor de todas as coisas, capacita-me a falar sempre, de Ti e do  Sacrifício que Teu filho fez na Cruz do Calvário, para todas as pessoas,  mostrando a elas que Jesus Cristo é o único caminho que conduz a vida  eterna e a solução para todos e quaisquer problemas existentes na vida  do ser humano.
Resta-me  então, dileto Criador, render-me sim a todos os feitos de Tuas mãos  sagradas, enaltecer a todo instante, cada ato por Ti praticado, coroar  de honras absolutas a infinita sabedoria que nasce no Teu trono de  graça, mas, sobretudo e, sobretudo mesmo, Senhor meu e Deus meu, dos  céus e da terra, manter-me sempre rendido aos Teus pés e eternamente  agradecido pelo sangue derramado na cruz do calvário que me trouxe da  morte, com a postura de um arrependido pecador, que conta diariamentecom  as Tuas infinitas misericórdias,
MEU QUERIDO E AMADO CRIADOR