O tema em destaque é mais um assunto que trato em meu livro, "Mitos, Enigmas e Mistérios no Jardim do édem", que também faço constar aqui no blog, cujo estudo será feito em 5 partes, como segue.
1ª. PARTE:
Invariavelmente, todas as palavras proferidas por nosso Senhor Jesus Cristo tiveram sempre o propósito de proporcionar ensinamentos a todos que delas tomassem conhecimento, em qualquer época.
A
cegueira espiritual imposta por ação do maligno contra a humanidade levou o ser
humano a se voltar inteiramente para as migalhas por satanás oferecidas no
mundo material e, com os olhos vendados, o homem fica impossibilitado de
perceber o precioso conteúdo existente nas palavras do Senhor quando
eventualmente, delas tomar conhecimento.
Dos
céus, o Criador de todas as coisas aquilatou os rumos a que a obra-prima de
Suas mãos aderiu desde o dia em que passou a entender o que é certo e o que é
errado. O homem jamais buscou ao
Senhor, assim nos ensina a palavra:
“Diz
o néscio no seu coração: Não há Deus. Corromperam-se e cometeram abominável
iniqüidade; não há quem faça o bem”.
Deus olha lá dos céus para os filhos dos
homens, para ver se há algum que tenha entendimento, que busque a Deus.
Desviaram-se todos, e juntamente se fizeram
imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um. Salmo n.
53. 1-3
Essa dura realidade fazia
“sangrar” o coração de Deus, que via Sua criatura padecer nas garras do
inimigo. Isso mobilizou o nosso Criador
no sentido de fazer algo em prol do homem que havia criado. Precisava socorrer
a sua obra-prima.
Batalhar incessante e exaustivamente pela
inutilidade, por algo de nenhum valor, por coisa nenhuma, por um caminho cujo
fim era inevitavelmente a morte e a separação definitiva do Todo Poderoso, eis
o troféu ofertado no império das trevas, pelo Imperador do mal.
Em meio a essas densas trevas, no reino do
malfeitor, surgiu uma luz no oriente. Na
cidade de Belém, nasceu o Salvador.
Jesus veio libertar os
cativos das garras de satanás, restaurar a visão dos cegos, curar os enfermos e
ensinar à humanidade qual é o verdadeiro caminho que conduz à vida eterna.
Durante a Sua estadia aqui
na terra, especialmente no período compreendido entre o início e o fim de Sua
missão, o tempo todo o Senhor ensinava, quer seja nas sinagogas, no templo, no
deserto, nos campos, nas cidades ou nos montes.
Entre tantos outros
preciosos ensinamentos, destacamos para este estudo a primeira e segunda
multiplicação dos pães conforme relatos sagrados descritos nos evangelhos.
PRIMEIRA
MULTIPLICAÇÃO
“Chegada
a tarde, aproximaram-se dele os discípulos, dizendo: O lugar é deserto, e a
hora é já passada; despede as multidões, para que vão às aldeias, e comprem o
que comer.
Jesus, porém, lhes disse: Não precisam ir embora;
dai-lhes vós de comer.
Então eles lhe disseram: Não temos aqui senão
cinco pães e dois peixes.
E ele disse: trazei - mos aqui.
Tendo mandado às multidões que se reclinassem
sobre a relva, tomou os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao
céu, os abençoou; e partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos às
multidões.
Todos comeram e se fartaram; e dos pedaços que
sobejaram levantaram doze cestos cheios.
Ora, os que comeram foram cerca de cinco mil
homens, além de mulheres e crianças. Mateus 14.
15-21
SEGUNDA
MULTIPLICAÇÃO
“Jesus
chamou os seus discípulos, e disse: Tenho compaixão da multidão, porque já faz
três dias que eles estão comigo, e não têm o que comer; e não quero despedi-los
em jejum, para que não desfaleçam no caminho.
Disseram-lhe
os discípulos: Donde nos viriam num deserto tantos pães, para fartar tamanha
multidão?
Perguntou-lhes
Jesus: Quantos pães tendes? E responderam: Sete, e alguns peixinhos.
E
tendo ele ordenado ao povo que se sentasse no chão,
tomou
os sete pães e os peixes, e havendo dado graças, partiu-os, e os entregava aos
discípulos, e os discípulos á multidão.
Assim
todos comeram, e se fartaram; e do que sobejou dos pedaços levantaram sete
alcofas cheias.
Ora,
os que tinham comido eram quatro mil homens além de mulheres e crianças.
E
havendo Jesus despedido a multidão, entrou no barco, e foi para os confins de
Magadã. Mateus 15. 32.39
De início, cabe observar
que como nos ensina o evangelho de João, os livros não comportariam todos os
milagres feitos por nosso Senhor Jesus.
“Jesus,
na verdade, operou na presença de seus discípulos ainda muitos outros sinais
que não estão escritos neste livro;”
“estes, porém, estão escritos para que creiais
que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu
nome”.
João 20.30,31
“E
ainda muitas outras coisas há que Jesus fez; as quais, se fossem escritas uma
por uma, creio que nem ainda no mundo inteiro caberiam os livros que se
escrevessem”. João 21.25
É curioso observar que as
multidões não davam sossego a Jesus, e em qualquer lugar que ele estivesse logo
as pessoas se aglomeravam para ouvir Seus preciosos ensinamentos.
Essa grande verdade
inúmeras vezes registrada nas escrituras, associada aos versículos
imediatamente acima citados, proporciona-nos a certeza de que os milagres da
multiplicação dos pães não aconteceram somente nas duas oportunidades lembradas
nos evangelhos.
Esses milagres da primeira e segunda
multiplicação dos pães, foram registrados com o propósito de nos trazerem
outros ensinamentos implícitos no seu conteúdo, além das preciosas orientações
contidas no próprio ato sobrenatural.
Os Referidos milagres de fato nos trouxeram e
nos trazem ensinamentos preciosos que marcaram a missão do Senhor aqui na terra
e ainda nos revelam os resultados por ela alcançados, como veremos a seguir:
1
- A PRIMEIRA MULTIPLICAÇÃO DOS
PÃES:
No primeiro ato milagroso, o Senhor
alimentou uma multidão de mais de 5(cinco) mil ouvintes, após verificar que a
hora já estava avançada para que as pessoas pudessem retornar famintas para
suas casas.
O ato
marcante praticado por Jesus nos traz ricas orientações no campo espiritual, as
quais serão abordados com detalhes mais adiante.
Por hora, cabe enfatizar o
feito maravilhoso, ressaltando a situação daquela multidão, a fome e as consequências
que acarreta no corpo físico, a falta de alimento, e o agravamento de tais consequências
quando o endereço da desnutrição é o espírito do ser humano.
Quem
ainda não experimentou passar pelo menos um ou alguns dias sem ingerir qualquer
quantidade de alimento? Todos temos a certeza de que ninguém jamais gostaria de
enfrentar a prova da fome.
O
horror das guerras travadas nos diversos pontos do planeta marca o destino de
um povo. A fome é sempre uma consequência inevitável, que atinge impiedosamente
quem nada tem a ver com o conflito, como é o caso da grande maioria da
população de um país em confronto.
Os
países mais desfavorecidos estão a exibir para o mundo inteiro as vísceras de
sua pobreza, recaindo sobre os filhos da terra a marca do desgoverno ou do
egoísmo capitalista que privilegia o interesse de alguns enquanto a grande
maioria amarga o exagero da fome no submundo da miséria.
As cenas lamentáveis, chocantes e
deprimentes percorrem o planeta nas asas da globalização, que torna público,
num só instante, fatos ocorridos nos rincões mais distantes, em terras mais
remotas ou nos continentes mais esquecidos.
Os
meios de comunicações cada vez mais sofisticados que tratam dessa grave questão
de uma forma estipendiária não perdem mesmo a oportunidade de lucrar em cima da
dor, da agonia e do sofrimento alheio.
De
qualquer forma, o cenário da fome nos abate, faz-nos sofrer também, nos envolve
de certo modo na mesma situação. Custa-nos muito caro ver nossos semelhantes
sendo dizimados pela crônica desnutrição alimentar, presente em alguns países,
especialmente do continente africano.
Fico
pensando na dor e no sofrimento daqueles povos, especialmente nos pais e mães
que assistem seus filhos se acabando por não terem absolutamente nada para se
alimentarem, até porque também se acabam da mesma forma.
Lembro-me
de um fato que se passou comigo. Certa feita, exibindo um perfil de cidadão
honesto e muito direito, resolvi desafiar uma autoridade que investigava a
minha vida.
“O senhor jamais encontrará
qualquer falha em minha conduta”, disse eu àquela autoridade.
Ao que me
respondeu aquele senhor:
“Meu colega!..Nos somos
muito honestos e muito direitos enquanto a necessidade não bater em nossa porta
e enquanto não vemos nossos filhos passarem fome”.
Tal
afirmação criou em mim um sentimento de verdadeiro pavor, e nem de muito longe
eu admitia suportar essa possibilidade.
No
entanto, nossos semelhantes, que vivem naqueles países marginalizados, convivem
com esse drama 24 horas por dia. Não dá para calcular a dor daquela gente tão
sofrida, marcada pela triste realidade da fome.
A
desnutrição física que leva o corpo à morte é de fato uma prova insuportável,
dura de ver, tanto mais de superar.
Contudo,
um tipo de desnutrição, muito mais grave, não pode ser esquecido. Refiro-me
à desnutrição espiritual. Essa traz consequências eternas.
A desnutrição física pode
apenas antecipar o fim do corpo físico, cujo destino é a morte mesmo, e o desaparecimento
total da matéria, que acaba se transformando em pó. Contudo , a
desnutrição espiritual leva o espírito à morte eterna, a separação definitiva
de Deus.
A desnutrição física, de forma acentuada, ocorre em
alguns pontos do planeta. Contudo, a
desnutrição espiritual acontece a um palmo de nossos narizes. Grande parte das
pessoas que nos cercam está morta espiritualmente, porque não conhece ou não
quer conhecer o caminho da verdade. Fisicamente estão “vendendo” saúde, mas não
passam de cadáveres espirituais esbarrando conosco a todos os instantes.
Não suportamos nem mesmo
admitir a hipótese de ver nossos filhos alcançados pela desnutrição física, no
entanto, o Pai de todos os espíritos, o Criador de todas as coisas, assiste com
o coração “sangrando e partido”, suas criaturas mortas espiritualmente,
caminhando a passos largos para a perdição eterna.
Todos nós sofremos ao ver
nossos semelhantes se acabando quando alcançados pela desnutrição física, e
logo nos mobilizamos, no sentido de prestar algum tipo de solidariedade, se
possível até fornecendo o alimento necessário para viabilizar a solução do
problema, apesar disso, não nos importamos com as pessoas ao nosso redor, que
estão mortas espiritualmente, necessitando urgentemente do alimento espiritual
que lhes asseguraria a revitalização do espírito e consequentemente a vida
eterna com Deus.
Nem sempre temos o alimento
físico para oferecer, porém o servo de Deus, o discípulo de Jesus Cristo, tem a
sua disposição uma mesa farta do alimento espiritual necessário para sua
nutrição diária, bem como para a nutrição do semelhante que está morto
espiritualmente e sem vida diante do Criador.
...CONTINUA....
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